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Situado em pleno centro histórico da cidade, mais concretamente no quarteirão formado pelas ruas da Igreja e Visconde de Azevedo, o Arquivo Municipal da Póvoa de Varzim encontra-se, desde Dezembro de 2001, aberto ao público em edifício próprio. Do imóvel, desconhece-se o autor do projecto, bem como a data exacta da sua construção, sabe-se apenas ser uma construção de finais do séc. XVIII, que em pleno séc. XIX era propriedade de Francisco Lapa e de Custódio Lima, já nos nossos dias. Aliás será este último proprietário, que o venderá à autarquia, e lhe dará o nome pelo qual ficará sempre conhecido “Casa dos Limas”.

Este edifício foi recuperado pela autarquia no âmbito da candidatura ao Programa de Apoio à Rede de Arquivos Municipais (PARAM).

Um investimento proporcionado pela Direcção Geral de Arquivos (DGARQ), a que a Câmara aderiu prontamente, possibilitou a abertura oficial do Arquivo, e consequentemente, a disponibilização para consulta e investigação de fundos que percorreram, ao longo dos séculos, espaços e lugares.

Ao contrário do imóvel, cujas referências documentais são escassas, do Arquivo abundam testemunhos da sua passagem pelos tempos. Logo na acta de vereação de 2 de Outubro de 1841, é mencionada a importância que o Arquivo tinha “… para delle colher os esclarecimentos precisos…” “… a fim de se fazer patente à Nação a História desde a fundação desta villa até ao seu estado presente e mostrar desta forma, que não obstante de ser mui nova, está em tudo quase ao nível com as melhores villas do reino, já na sua população, já no comércio e grandes edifícios…”. Mas talvez a prova mais evidente da sua existência como serviço remonte a 1893, por altura do “Regulamento Interno das Repartições da Câmara Municipal”.

Definida como uma secção independente, possuía, já na altura, um “chefe de arquivo” (a quem era exigido um “suficiente conhecimento de paleografia”), funções, responsabilidades e regras de funcionamento bem definidas, assim como no que diz respeito ao pessoal que lhe estava afecto.

Já em pleno séc. XX, mais concretamente em 1909, temos notícia, através de dois projectos de reforma dos Paços do Concelho, que o Arquivo funcionava numa sala independente, junto à Biblioteca, no rés-do-chão dos Paços do Concelho. Na década de 60, o Arquivo terá mudado novamente de instalações, desta vez para o 1º andar, junto ao Salão Nobre, onde na época funcionava a Biblioteca.

Tratava-se, essencialmente, de documentação útil à tomada de decisões, enquanto que a restante documentação, na altura sem qualquer tipo de interesse, administrativo ou histórico, era depositada no sótão da Câmara.

Em 1986, por circunstâncias alheias, o Arquivo sofre uma nova mudança. Agora para a Praça Luís de Camões, acompanhando a Biblioteca nas suas instalações provisórias.

Memória de livros perdidos e herança de muitos outros que se conservaram: voltas de papéis e documentos que, da antiga Casa do Concelho (séc. XVI) foram transladados para os armários do cartório da nova Casa da Câmara (1807) e daí desceram e subiram, das águas furtadas (séc. XIX e XX) ao andar nobre (1966- 1983), até chegarem à Biblioteca Municipal, fiel depositária de uma memória histórica insubstituível, agora, e desde 2001 pela primeira vez em “casa própria”, aberta a todos que a queiram visitar e conhecer a história da Póvoa e seu concelho.