Tempo médio — 3h00m

Kms — 33 (Póvoa / Póvoa)

Nas freguesias do interior do concelho, Rates e Balasar, é nítida a influência das tradições minhotas, dada a proximidade geográfica com esta região. Apesar de existirem algumas indústrias, sobretudo têxteis, trata-se de uma zona rural por excelência. O cultivo do linho permite que esta seja a matéria-prima eleita para a produção do mais representativo artesanato local.

Neste percurso, aventure-se e perca-se por entre o assombroso verde da paisagem, contrastante com os tons terra do xisto que por aqui abunda, viva a História, ouça as histórias, as lendas e inspire-se neste ambiente de intensa religiosidade.

Ponto de partida: Posto de Turismo

Saindo do Posto de Turismo, vire à direita e siga pela R. Gomes de Amorim até aos primeiros semáforos. Aí, vire novamente à direita, pela Av. Mouzinho de Albuquerque, passando pelo Tribunal e pelo Hospital, até ficar frente à Igreja de Nª Srª das Dores. Contorne-a pela esquerda e, logo depois, vire à direita, seguindo a indicação Famalicão. Continue pela Rua de S. Pedro, virando à esquerda na Igreja Matriz. Prossiga em frente, entrando na Rua Sacra Família, onde deverá continuar a seguir a indicação Famalicão. Já em Argivai, depois de passar o hipermercado Pingo Doce, encontra o cruzamento com a EN 206. Vire à esquerda. Poucos metros depois encontra vestígios do Aqueduto (Monumento Nacional) que atravessa a freguesia. É uma construção de 999 arcos, que teve por missão o transporte da água das nascentes de Terroso para o mosteiro de Santa Clara, em Vila do Conde. Construído de 1705 a 1714, atravessa as freguesias de Beiriz e Argivai.

Continue pela EN 206 e no final do arruamento, vire à esquerda, mantendo-se na mesma via (EN 206). Na primeira rotunda, siga a indicação Rio Mau / Junqueira e prossiga em frente até aos primeiros semáforos. Neste ponto, sugerimos que vire à direita, até encontrar a Igreja Românica de Rio Mau, que merece uma visita. Regresse à estrada nacional e siga até aos próximos semáforos, onde deverá virar à esquerda para Rates. Continue até à rotunda, onde encontrará o monumento a s. Pedro de rates. É uma escultura de Rui Anahory, inaugurada em 2003, que homenageia o bispo D. Pedro, restaurador da Diocese de Braga após a reconquista cristã. Rates deve-lhe o nome e as lendas que lhe estão associadas trouxeram notoriedade a esta terra.

Contorne a rotunda e vire à esquerda, encontrando-se agora nas imediações da igreja românica e do centro histórico da Vila de Rates. Propomos que estacione a sua viatura nesta área, a seguir às bombas de gasolina, e desfrute de um interessante passeio pelo povoado.

igreja românica de s. Pedro de rates é um apreciável exemplo deste estilo arquitetónico no nosso país. A sua edificação iniciou-se em meados do século XII e só terminou um século mais tarde. De construção pesada, feita em granito, tem poucas aberturas, uma delas, a rosácea, na parte superior da fachada. A decoração é bem o testemunho do imaginário medieval. Numa época em que a precariedade da vida era flagrante e a salvação da alma o bem supremo, a aproximação a Deus fazia-se mais pelo temor do que pelo amor. À decoração arquitetónica cabia ser a «Bíblia» do povo e recordar constantemente o caminho tortuoso para chegar a Deus.

Para melhor compreender o historial deste templo, aconselhamos uma visita ao pólo museológicode S. Pedro de Rates, dedicado à preservação e divulgação da história, lenda, arte e arqueologia da igreja românica.

Nas imediações da igreja, repare no contraste entre as construções de raiz local e o exemplar onde se notam as influências trazidas do Brasil pelos imigrantes. Caminhe para o centro histórico da vila seguindo pelo lado direito do templo, onde encontrará um pequeno nicho dedicado a Santo António. Continue pela sua esquerda e, já na Praça dos Forais, encontra a capela do Senhor da Praça, decorada com riquíssimos altares de talha dourada, o Pelourinho e o edifício dos Paços DoConcelho. Estes elementos são o símbolo da autonomia administrativa que Rates manteve até 1836. Povoado antigo, nasceu e cresceu à sombra do Mosteiro fundado pelo conde D. Henrique, no ano de 1100. Renovado o foral em 1517 por D. Manuel, em 1836 foi integrado no concelho da Póvoa de Varzim.

Vire à direita e, um pouco depois, à esquerda, até encontrar a fonte de s. Pedro. Esta fonte, outrora importante local de abastecimento público, está associada à lenda do Santo no combate à infertilidade.

Continuando por este arruamento (Rua Direita), admire o conjunto de habitações rurais, entre elas a Casa de Mattos. Ao fundo, vire à esquerda e suba pela Rua de S. António. Do lado esquerdo surgirá o Albergue do Peregrino, que testemunha a importância de Rates como ponto de passagem dos Caminhos de Santiago, estando as marcas deste percurso assinaladas em vários pontos da freguesia.

Um pouco mais acima está a capela de Santo António e, em frente, a entrada para a Casa Agrícola – Museu Dos Cereais E Do Linho. Aqui pode-se apreciar uma mostra do processo de cultivo e tratamento dos cereais tradicionalmente cultivados nesta zona (milho e trigo) e do Linho, que ainda hoje é a matéria-prima mais expressiva para a elaboração do artesanato local.

Propomos-lhe uma incursão por um contexto ainda mais rural, devendo, à saída da Casa Agrícola, virar à esquerda, seguindo pelo Caminho Da Fonte Antiga. Por este recanto bucólico, em pleno centro de Rates, é possível desfrutar do silêncio e gozar o verde da paisagem, para além de poder apreciar a beleza e originalidade dos muros de xisto, tão característicos nesta vila.

Alguns metros à frente, vire à esquerda e prossiga até chegar ao arruamento principal, virando aí novamente à esquerda em direção ao centro histórico e à sua viatura.

Regresse à Estrada Nacional 206. No entroncamento, vire à esquerda, seguindo a indicação Famalicão. Passe os semáforos e vire à direita quando encontrar a indicação Balasar. Siga pela via principal até encontrar a igreja paroquial. Está agora em pleno local de peregrinação e de culto à Santinha De Balasar. É natural desta freguesia Alexandrina Maria da Costa, nascida em 1904 e falecida em 1955, com fama de santidade e conhecida em todo o país por «Santinha de Balasar». A sua beatificação ocorreu a 25 de Abril de 2004 e o seu culto atrai grande número de peregrinos, nacionais e estrangeiros.

Igreja De Balasar está associada a esta devoção por ter sido um espaço frequentado pela Beata e por aí repousarem os seus restos mortais. Um pouco à frente do templo encontra a Capela DaCruz, que assinala e preserva o local do inexplicável aparecimento, no século XIX, de uma cruz desenhada no chão e que resistiu a todas as tentativas para a eliminar. Um século mais tarde este fenómeno místico foi considerado como um prenúncio da santidade da Beata. 

Estando neste espaço, é obrigatória para o peregrino uma visita à Casa Da Irmã Alexandrina. Para isso, deverá subir pela Rua Alexandrina Maria da Costa, fronteira à igreja, até à casa onde viveu e morreu a beata. Este local, testemunha dos momentos dramáticos que originaram a sua paralisia e a sua total entrega a uma vida de fé, mantém a mesma decoração e preserva a mesma ambiência que a própria conheceu. Por aqui passaram, ainda durante a sua vida, muitos crentes à procura de um conselho e orientação cristã.

Terminada esta incursão pelo universo do sagrado, regresse à Estrada Nacional 206. Para regressar à Póvoa, deverá virar à esquerda. Se desejar, sugerimos uma visita a Vila Nova de Famalicão, uma cidade em pleno crescimento e que vem reforçando a sua importância económica e cultural. Para isso, deverá virar à direita e seguir a indicação das placas com o nome da localidade.