Com prefácio de Abel Barros Baptista, A Flor Amarela é uma extraordinária exploração das Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis, à luz dos parâmetros machadianos (o «ímpeto cesariano» e a «flor da melancolia»), e através do olhar original e inovador de Anabela Mota Ribeiro. O que começou por ser um trabalho académico na área da Filosofia, tornou-se um texto de grande beleza e interesse para um público muito mais vasto, ou seja, todos os que alguma vez foram – ou venham a ser – leitores de Machado de Assis ou sejam tocados pela magia da literatura em geral.

«Onde começa e onde acaba o mundo de Brás Cubas, o «defunto autor» que nos fala a partir do mundo dos mortos? A delimitação imprecisa e constantemente sabotada do fio do horizonte, da ideia de princípio e de fim, é um dos aspetos mais desafiadores do livro. Ao falar de um lugar impossível, Brás Cubas desarruma uma ideia de mundo que nos é inculcada, abre espaço para a interrogação sem limites.»

Diz Gonçalo M. Tavares sobre A Flor Amarela: «Sedução em itinerário machadiano; ao leitor é exigida comparência, alegre atenção; o debruçar sobre o texto, corpo que se inclina porque é constantemente puxado. Texto que leva atrás de si o leitor. Opção pelo belo, pelo caminho não necessariamente útil ou rápido; ser encantado não é uma escolha, mas uma forma de cair, um modo elegante de tropeçar.»

Coração Mais que Perfeito é a história de Eugénia, de quem se recorda o destino inverosímil, os desaires e os momentos de felicidade, a infinita capacidade de ser reerguer e de continuar a viver – em Portugal e em França, na adolescência e na idade adulta, na desilusão e na alegria (e na sua relação com os livros e com o sexo). É também a história de Artur, uma espécie de funâmbulo que atravessa (quase) todos os abismos. E a de todas as personagens que vivem em trânsito do passado para o presente, ao longo de uma história de amor invulgar e de desenlace inesperado.

O primeiro romance de Sérgio Godinho fala-nos de ilusões e de vidas perdidas, de amor, teatro, família, literatura, sexo, sobrevivência – e de uma paixão tão forte que atravessa a própria morte como um coração em chamas.

«Um diamante natural é concebido no magma do centro da terra, e depois expelido para a superfície, por vezes abrindo à força um enorme buraco, outras vezes encontrado na cratera de um vulcão extinto. Aqui é diferente. O corpo humano tem dezoito por cento de carbono e dois desse carbono resta nas cinzas, depois da cremação. Permita-me dizer que fez bem em cremar o corpo do seu marido. É uma solução mais limpa.»