Aires Pereira, Vice-Presidente da Câmara Municipal e Vereador do Ambiente, pelouro responsável pela iniciativa, explicou que “o município é proprietário de uma área significativa de terreno, zona essa que está a paul, como dizem os agricultores, sem cultura nenhuma. Por esse motivo, propus à Câmara Municipal a criação deste projeto que permitirá às famílias poveiras a produção de produtos agrícolas o que, consequentemente, auxiliará a sua economia doméstica”.

O autarca anunciou que “nesta primeira fase serão disponibilizados 106 talhões com cerca de 60 m2 cada um. Um pequeno edifício de material pré-fabricado servirá de apoio, onde poderão ser guardados os materiais”. Quanto à preferência dos candidatos, Aires Pereira explicou que “a prioridade será dada às famílias com maiores dificuldades económicas e com agregados maiores. No entanto, estou convencido que, face à disponibilidade de terrenos que existe dentro da área do Parque da Cidade onde será desenvolvido este projeto, se houver mais candidaturas do que talhões, poderemos avançar para uma nova fase de candidaturas”.

A partir de hoje poderá candidatar-se a um talhão. A apresentação de candidaturas decorre no Portal Municipal, aqui, onde encontrará todos os documentos necessários, que devem ser assinados e submetidos no mesmo espaço. Este mesmo formulário pode ser entregue, em alternativa, diretamente no Gabinete de Atendimento ao Munícipe (no edifício da Câmara Municipal). Para esclarecimentos adicionais poderá contactar a Câmara Municipal através do número 252 298 500 (extensão 531) ou do endereço apoioaomunicipe@cm-pvarzim.pt

Os utilizadores dos talhões terão deveres a cumprir: frequentar uma ação de formação em agricultura sustentável; guardar as ferramentas e fechar sempre os respetivos locais de armazenamento; utilizar racionalmente os recursos disponibilizados, designadamente a água; garantir o asseio, a segurança e o bom uso do respetivo talhão; informar o gestor de qualquer irregularidade que contrarie os direitos e os deveres dos utilizadores; abster-se de práticas culturais aqui consideradas incorretas, tais como: monocultura, plantação de espécies de grande porte, abandono de resíduos, realização de queimadas, abandono do talhão por período superior a três semanas.

A Horpozim, entidade que visa o redimensionamento e a rentabilização das explorações agrícolas do concelho da Póvoa de Varzim, é parceira da Câmara Municipal neste projeto. Sendo uma das missões da Horpozim fomentar o desenvolvimento hortícola na região através da formação profissional, tal como esclareceu o seu presidente, Carlos Lino, “a proposta de colaboração foi recebida com muito orgulho”. A formação obrigatória será assegurada pela associação que disponibilizou-se para esclarecer as dúvidas dos “novos” agricultores. Esta colaboração está registada no protocolo assinado esta manhã. Aires Pereira sublinhou a importância desta associação: “a atividade agrícola emprega mais de dez mil pessoas na Póvoa de Varzim. Direta ou indiretamente é uma fileira que movimenta cerca de 80 milhões de euros”.

“A Nossa Horta” é um projeto de incentivo à agricultura sustentável, à alimentação saudável, à economia familiar, à sensibilização para a vida natural e fortalecimento do espírito de comunidade e partilha.