Póvoa de Varzim, 05.06.2008 - Arrancou hoje, 5 de Junho, a Semana do Ambiente na Póvoa de Varzim. Com o intuito de assinalar o Dia Mundial do Ambiente, que hoje se comemora, o Pelouro do Ambiente preparou um programa de actividades que se estendem até 13 de Junho.
As Ecovisitas à Cividade de Terroso e a Serralves marcam o ponto de partida do programa. Assim, durante o dia de hoje, cerca de centena e meia de alunos das EB1 de Navais (Navais 2 e Outeiro) e Aguçadoura (Boucinha, Fieiro e Aldeia) passaram por Terroso onde, na companhia de José Flores, Arqueólogo Municipal, partiram à descoberta daquela que é uma das mais importantes estações arqueológicas da Cultura Castreja do Noroeste Peninsular. Mais do que dar a conhecer os aspectos arqueológicos e históricos da Cividade, este conjunto de visitas, que amanhã se repete para mais 150 alunos das EB1 de Beiriz (Igreja) e de Terroso (Paranho e Paçô), pretendeu mostrar a fauna e flora que habitam no local, e que a autarquia tem vindo a preservar, implementando medidas de protecção rigorosas, eliminando as espécies exóticas e infestantes, mantendo as espécies autóctones e introduzindo espécies que foram referenciadas através dos registos arqueológicos.
Ao longo das visitas, os alunos foram desafiados a identificar árvores e a aprender sobre as muitas funcionalidades que desempenharam na Cividade, ocupada desde os inícios do primeiro milénio a.C. até entre os séculos I e II d.C. Assim, viram pequenos carvalhos e descobriram que do fruto, a bolota, os habitantes faziam a farinha para o pão. Perante a admiração de muitos, ficaram também a saber que o bugalho não é mais do que uma folha de carvalho que se transforma depois de nela serem depositados ovos de vespas. Pelo caminho que os levava desde o Pólo Museológico, ponto de partida, até ao Monte da Cividade viram ainda sobreiros, pilriteiros, cujo fruto é comestível, e aveleiras, tendo aprendido que o seu fruto, a avelã, é muito apetecido pelos esquilos que povoam o espaço. Aprenderam ainda que o medronheiro é uma árvore rara no Norte do país (tendo sido plantada na Cividade pois descobriu-se que era usada pelos habitantes) e que o seu fruto, o medronho, contém bastante açúcar. Quando muito maduro, o açúcar do medronho transforma-se em álcool. Viram ainda castanheiros, árvore que conheceu grande desenvolvimento na Cividade nos últimos anos e cuja “culpa” é atribuída ao gaio, pássaro que, como explicou José Flores, esconde castanhas, bolotas e avelãs na terra para se alimentar durante o Inverno. Depois, ou a árvore nasce antes do gaio recolher o seu alimento ou este “esquece-se” do local do seu esconderijo, nascendo, assim, novas árvores.
Já no Monte da Cividade descobriram cogumelos, o fruto de um fungo que está no subsolo, tendo o arqueólogo alertado para o facto de muitos serem venenosos. Ficaram ainda a saber que o eucalipto é uma árvore relativamente recente na flora do nosso país, sendo originária da Austrália. Em Portugal, a árvore existe há pouco mais de 200 anos, sendo essa a razão pela qual não se encontra esta espécie de árvores no perímetro da Cividade, local onde se pretende recriar, ao máximo, o espaço natural de há dois mil anos atrás.
Os alunos visitaram ainda as ruínas da Cividade, cujos habitantes viviam do que a Natureza lhes dava: usavam a farinha da bolota para fazer pão, iam à praia pescar, criavam gado e cultivavam o solo, altamente fértil.
A visita terminou novamente no Pólo Museológico, onde estava instalada uma recriação de uma casa da Cividade, com a oferta de um lanche.
Também durante o dia de hoje 250 alunos das EB1 dos Sininhos, das Fontainhas, da Praça, da Quinta, de Refojos, Fieiro, Paçô e de Nova Sintra deslocaram-se ao Porto onde participaram na Festa do Ambiente e Dia Mundial da Criança, organizada pela Fundação de Serralves. Música, dança, oficinas temáticas e jogos preencheram o dia destes alunos que começou com actividades de animação no Prado, onde foram recebidos por malabaristas, personagens em andas, marionetas, monociclistas, músicos e contadores de histórias do Chapitô. Participaram ainda em jogos sobre a temática ambiental, desenvolvidos pelo Mundo Científico e assistiram também à peça de teatro “Venceslau”, apresentada pelo Chapitô, um conto de fadas onde a princesa procura um príncipe capaz de a ajudar a resolver os problemas ambientais. Na despedida, os alunos tomaram parte de um desfile circense, organizado também pelo Chapitô e pela Nuvem Voadora.
Já para amanhã está agendada uma Reunião Especial do Conselho Municipal de Ambiente da Póvoa de Varzim, no Parque de Merendas de Rates, organizada em conjunto com a Lipor. Na reunião participam, para além de membros do Conselho Municipal, os grupos coordenadores das Agendas XXI locais (Rates, Póvoa e Laundos). Entre os objectivos desta reunião contam-se a divulgação dos projectos Terra à Terra e Agenda XXI Local. Os participantes vão ainda ser brindados com uma degustação de vários produtos biológicos, actividade denominada de Ecogastronomia.
Conheça o programa da Semana do Ambiente no portal municipal.