A Lipor e os seus 8 municípios (Espinho, Gondomar, Maia, Matosinhos, Porto, Póvoa de Varzim, Valongo e Vila do Conde) estão representados com uma Mostra da sua Biodiversidade, dando a conhecer a riqueza biológica que cada município e a Lipor têm para oferecer.

Em relação à biodiversidade do concelho da Póvoa de Varzim:

A orla costeira na Póvoa de Varzim estende-se por de mais de 12 km, intercalando praias de areia grossa, que se enchem de banhistas no verão, outras, cheias de rochedos, fervilhantes de vida marinha e praias arenosas com dunas. Destaca-se, neste litoral, o espaço à beira mar entre Quião e Santo André, na freguesia de Aver-o-Mar, onde todos os ambientes marinhos se condensam: as praias de areia grossa; os grandes rochedos onde bate violentamente o mar e os campos agrícolas que, nesta zona, chegam praticamente às ondas do oceano. Nestas praias abundam espécies botânicas típicas do litoral. Nos penedos, deixados a descoberto pelas marés, observam-se mexilhões, lapas, algas vermelhas, anémonas e um sem fim de seres marinhos que aqui se abrigam. Na linha das ondas, pilritos das praias, rolas do mar e outras aves limícolas, capturam pequenos crustáceos debicando no meio das algas e conchas de mexilhão arrojadas na praia. Aqui nidificam, na primavera, borrelhos-de-coleira-interrompida, que cuidam corajosamente da sua prole. Ao largo a torre eólica colocada em frente a Aguçadoura relembra-nos a importância das fontes de energia renováveis.

A Cividade de Terroso é um dos povoados emblemáticos da Cultura Castreja do Noroeste Peninsular e um dos primeiros a ser escavado nos inícios do século XX. Depois de anos de abandono, a partir de 1999, iniciou-se um processo de recuperação do sítio arqueológico onde a componente ambiental foi fortemente considerada. Atendendo a que estudos antracológicos tinham permitido identificar mais de 20 espécies arbóreas, ou arbustivas, que aqui existiam aquando da ocupação do povoado há mais de dois mil anos, considerou-se a restauração desse coberto vegetal autóctone. Nesse sentido foram eliminadas as espécies infestantes e exóticas, como o eucalipto, mimosas e austrálias, facilitando o desenvolvimento dos carvalhos, sobreiros, pereiras bravas e outras espécies nativas. Introduziram-se, igualmente, espécies hoje desaparecidas na região, mas que outrora aqui prosperaram, como o medronheiro, os pilriteiros, castanheiros e as aveleiras, reconstituindo, desta forma e na medida do possível, o ambiente original do sítio. Colocaram-se, ainda, algumas dezenas de ninhos artificiais, facilitando a nidificação de diversas espécies de aves.