Poderia ser um filme de Natal, daqueles que passam na televisão na tarde de dia 25 de dezembro.
Mas, não é uma obra de Hollywood. Aconteceu.
A Casa do Regaço viveu, nos últimos dias, momentos extraordinariamente marcantes. Uma família poveira disponibilizou-se a amar incondicionalmente uma das crianças que vivia na instituição e os três são oficialmente, desde há três dias, mãe, pai e filho. A nova família esteve presente no jantar de Natal organizado pela Casa do Regaço como forma de agradecimento aos seus colaboradores e voluntários pela dedicação às crianças e jovens que constituem aquela grande família.
O Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Aires Pereira, emocionou-se ao recordar os anos que a criança, agora adotada, passou na Casa do Regaço. Apesar do enorme carinho e zelo que todos os funcionários e membros da direção devotam às crianças e jovens, ter uma mãe e um pai é o final feliz que todos mereciam depois das dificuldades e traumas vividos na infância. Este é o verdadeiro espírito natalício: amor pelo próximo, entreajuda e devoção.
Aos pais o autarca disse “apenas”: obrigado.
O edil recordou, ainda, a abertura da Casa do Regaço há dez anos: “de paredes vazias construiu-se um lar. A sociedade poveira envolveu-se neste projeto e não desistiu destas crianças. Não é fácil para vocês (crianças e jovens). E a responsabilidade que assumimos não nos permite desistir. É a dívida que temos para convosco, fazer-vos felizes e fazer com que consigam recuperar o tempo que vos foi roubado”.
Passados dez anos chegamos a uma fase de preparação para a vida adulta. Muitos vão completar 18 anos e têm que aprender a administrar as suas futuras casas. E, por isso, na antiga Escola Primária de Terroso vão ser construídos, pela Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, oito espaços destinados a 16 adolescentes da Casa do Regaço. Com o acompanhamento dos funcionários e voluntários da instituição, os jovens, que já têm necessidades diferentes das restantes crianças, vão começar a ser preparados para as suas vidas futuras, ter mais privacidade e independência.
“Tenho um orgulho imenso na Casa do Regaço”, sublinhou Aires Pereira.