Prevista
estava também a presença do Presidente da Metro do Porto, Ricardo Fonseca, e
ainda do Administrador Jorge Delgado, que, esperava Macedo Vieira, viesse a
contribuir para se saber o estado do processo do concurso de obras. No entanto,
ambos os representantes da Metro do Porto acabaram por cancelar a visita,
“depois dos meus reparos na Assembleia Municipal”, esclareceu Macedo Vieira,
recordando que na última Assembleia criticou a morosidade do processo, tendo
mesmo sido aprovada, por unanimidade, uma Moção de Protesto. “O Senhor
Presidente da Metro devia perceber que está ao serviço da população e tem que
colocar os interesses da população e os interesses do Metro acima destas
questões pessoais. Isto é um processo dinâmico. Eu, ao contrário de outros
colegas que aos longos destes anos reivindicavam sempre mais obras e mais
investimento, só estou a dizer que há dados novos que podem melhorar o
projecto”.

Previsto
desde o início, e da responsabilidade da Metro do Porto, estão as obras de
inserção urbana desde a antiga Maconde até à Estação da Póvoa de Varzim, o que inclui
a montagem das infra-estruturas, a execução de passeios e do arruamento e ainda
do parque de estacionamento para 300 viaturas nos terrenos encostados à
estação.

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Alameda do Metro

O atraso nestas obras tem levado a outro tipo de problemas. Por
exemplo, junto à Estação de Metro foi construído um prédio, sendo que, para tal,
foi estabelecido um protocolo entre os proprietários e a Metro do Porto onde os
primeiros abdicaram do direito à expropriação, cedendo área para que a Metro
pudesse executar as obras de urbanização. “As pessoas agiram de boa fé”,
explicou Aires Pereira, Vereador do Pelouro de Obras Municiais, também presente
na visita. Porém, o prédio, concluído no final do ano passado, não pode ainda
ter a licença de habitação dado que o arranjo urbanístico, que inclui a
construção dos acessos, ainda não foi feito pela Metro.

“Há
outra questão para além das obras e que diz respeito ao prolongamento da
Estação até à antiga Garagem Linhares”, sublinhou Macedo Vieira. “O actual proprietário
está disposto a colaborar no sentido de reabilitar as instalações da Garagem,
sendo que não queremos prolongar a linha propriamente dita, mas a zona de
entrada e saída das pessoas. Isto resolveria o problema de segurança para os peões
que têm obrigatoriamente que passar pela Estrada Nacional para chegar à
Estação, pondo em causa a sua segurança, dado que os passeios são estreitos.
Além de que a inserção urbana da Estação na Praça do Almada seria muito mais
interessante”. No entanto, o autarca mostrou-se frustrado. “A direcção da Metro
não está interessada em ouvir a Câmara Municipal. Nós só queremos informar a
Metro sobre estas questões. Queremos compatibilizar o interesse público e
também a possibilidade de restaurar o espaço”, esclareceu o autarca. “A
obrigação de um Presidente de uma instituição deve ser a de servir melhor os
interesses dessa instituição. É impensável que o Metro possa ser uma peça
estratégica para a Póvoa de Varzim e que seja construído de costas para a
Câmara e para a população”.

Aires
Pereira esclareceu ainda que “no Plano de Urbanização da Póvoa de Varzim e no
Plano Director Municipal tudo o que vier a ser construído na Garagem Linhares
está condicionado à passagem e ligação entre a Praça e o Metro. Há uma
predisposição para juntar o útil ao agradável. Conciliar os interesses de todos”,
afirmou, partilhando ainda que a Metro do Porto informou a Câmara de que “as obras
estão em fase de apreciação para se fazer o relatório no que diz respeito à proposta
de adjudicação e que provavelmente no mês de Março as obras iriam ter início.
Era tudo isto que nós queríamos discutir e tomar conhecimento no local”.

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Zona do Parque de Estacionamento

Mesmo sem a presença da Metro do Porto, o
Presidente deslocou-se até ao local mostrando, por exemplo, que para ligar a
Estação de Metro à Garagem Linhares pouco mais tem que ser feito do que
derrubar um muro. Na zona onde deverá ficar o parque de estacionamento, e que
vários utentes do metro usam já como tal, Macedo Vieira chamou a atenção para o
aspecto degradado da zona, que facilmente se resolvia, ainda que
provisoriamente, com a terraplanagem do terreno. Desse parque de estacionamento
ter-se-á acesso à já apelidada Alameda do Metro, que se estende, então, até à
antiga Maconde, sendo que do lado oposto nascerá uma nova rua para fazer
ligação com a Rua do Século.