As largadas de balões têm um simbolismo muito positivo aliado ao efeito da cor, mas que contrasta e muito com os impactos negativos dos balões quando caem e se tornam lixo, disperso no ambiente. Os balões, inteiros ou rebentados, atraem animais que os confundem com alimento. Em particular nos oceanos um balão rebentado pode lembrar uma alforreca, e muitos são assim ingeridos por tartarugas e outros animais marinhos, com consequências graves, desde a obstrução mais ou menos temporária do tubo digestivo, à morte por asfixia ou inanição. Também os balões caídos nas praias, em parques infantis e zonas de lazer representam um perigo potencial para crianças pequenas ou bebés que, por curiosidade lhes podem pegar; se deglutidos podem provocar engasgamento ou mesmo asfixia. Existem bons exemplos de eventos e comemorações recentes como algumas inseridas na Campanha de Sensibilização para a prevenção dos Maus tratos na infância, no Dia Mundial da Consciencialização do Autismo e certamente muitas outras, que em vez de balões optaram por bolas de sabão, caminhadas, realização de uma laço/abraço com cordões humanos, cartazes, distribuição de fitas, iluminações de edifícios e outras manifestações até com benefícios claros para o ambiente, como a plantação de árvores ou arbustos pela comunidade. Os balões de látex, ditos biodegradáveis, permanecem vários anos no ambiente fragmentando-se em pedaços que são ingeridos por muitos animais. Face à aproximação de várias datas comemorativas, Dia Mundial do Ambiente a 5 de junho e Dia Mundial dos Oceanos a 8 de junho, e certamente outras resultantes de campanhas ou ações locais e regionais, a APLM Associação Portuguesa de Lixo Marinho e a ABAE Associação Bandeira Azul da Europa alertam para os impactos negativos das largadas de balões, propondo que sejam eliminadas e substituídas por alternativas de menor impacto. Acreditam que é possível a mobilização de todos, mantendo a cor e o forte simbolismo, mas sem balões. O ambiente agradece, e o ambiente somos todos nós.