O texto de Eric Emmanuel Schmitt fala de uma amizade invulgar entre um jovem francês (Momo) e o Sr. Ibrahim, o árabe dono da mercearia da rua. O nome da companhia despertou o público para comparecer e o texto e interpretações, saliente-se que o ator que interpreta Momo tem apenas 17 anos, arrebatou a plateia. Júlio Cardoso encenou o espetáculo de uma das companhias mais antigas do país ainda em atividade.

No sábado, o Varazim Teatro fez animação nas ruas durante a tarde, levando para a cidade o clima festivaleiro e de alegria dos alunos das Oficinas de Teatro da associação. À noite, o programa seguiu para o Cine-Teatro Garrett e apresentou-se “13”, um espetáculo que se reveste de alguma polémica ao tratar com humor e alguma crítica o tema das aparições a 13 de Maio em Fátima. Os Peripécia Teatro não desiludiram um público que já se habituou a espetáculos com uma técnica apurada e de um humor pertinente. Seguiu-se uma conversa com o Padre Mário Pais de Oliveira, também conhecido como Padre da Lixa, sobre o tema do espetáculo.

O domingo foi, mais uma vez, dedicado aos mais novos e às suas famílias. Da Corunha veio a companhia Elefante Elegante, com o espetáculo Dança da Chuva. Um espetáculo essencial que desperta para os valores da ecologia e da essencialidade da chuva. Fechou com Chuva de ouro a segunda semana de festival. Deliciando pequenos e grandes.

Cães do Mar é o nome da companhia açoriana que apresentou Os amores encardidos de Padi & Balbina – uma dúbia estória do Revenge. Este foi um espetáculo de tom irreverente e que cruzou mímica, música, dança, clown e slapstick comedy.

O É-Aqui-In-Ócio está na reta final mas há ainda dois espetáculos para ver: Nos tempos de Gungunhana, hoje, às 22h00, por Klemente Tsamba, de Moçambique, e ATM – Atelier de Tempos Mortos, pela Companhia do Chapitô, no dia 7, às 22h00.

Sobre Nos tempos de Gungunhana: Era duma vez um guerreiro da tribo tsonga chamado Umbangananamani, que fora em tempos casado com uma linda mulher da tribo Macua, de nome Malice. Não tiveram filhos. Mas tentaram muito. Este é o mote que dá início ao grande karingana ou conto tradicional sobre a vida de um simples guerreiro, mas que muito rapidamente se vai transformar numa sequência de outros pequenos karinganas que relatam aspectos curiosos ligados à vida na corte do rei Gungunhana, onde a crueldade e as mortes por vezes se misturam com o humor, em cada karingana contado e cantado com a graça dos ritmos ritmos tradicionais de Moçambique.

ATM – Atelier de Tempos Mortos fará o encerramento do Festival. Um lugar, quatro vidas, uma história com, irremediavelmente, um final.