A partir das 11h00, três vozes transeuntes nas ruas da Poesia, com Isaque Ferreira, João Rios e Rui Spranger fazem um passeio literário por vários locais da Póvoa de Varzim.

Às 17h30, no Cine-Teatro Garrett (sala de atos), terá lugar a primeira sessão de lançamento de livros: Diário das Viagens fora da minha terra, de Eugénio Lisboa.

Eugénio Lisboa, desde cedo, manteve uma relação com a Póvoa de Varzim, tendo em conta a sua ligação a José Régio que, como se sabe, escreveu grande parte da sua obra poética no Diana Bar.

Foram muitas as correspondências trocadas entre ambos, desde cedo.

Foi o próprio poeta que escreveu a Eugénio Lisboa, em carta de 19 de fevereiro de 1968: «De manhã, depois das dez horas, ou estou em casa (…) ou no Diana-Bar da Póvoa, onde nos encontrámos da última vez. No Diana-Bar, de manhã, estou em baixo, no primeiro piso. À tarde, geralmente no segundo piso, que a gente chama a Galeria. Dessa última vez, foi aí que nos encontrámos».

O anterior encontro tivera lugar no Verão de 1963 e incluíra uma visita conjunta à Casa de Camilo, em S. Miguel de Seide. Eugénio Lisboa há-de recordar tais momentos, em carta de 4 de Agosto de 1964: «Tenho imensas saudades dos dois escassos dias que passei em Vila do Conde/Póvoa, o ano passado». E há-de celebrar, anos mais tarde, o apaixonado camilianismo dos dois visitantes, num luminoso ensaio a que deu o saboroso e evocativo título de «‘Coisas Nossas’. José Régio e Camilo: a love for all seasons», ensaio hoje disponível no seu Ler Régio.

No Diana-Bar, edifício modernista do final dos anos trinta, plantado no areal da Póvoa de Varzim e virado para a antiga Praia de Banhos, funciona desde 2002 um dos pólos daquele modelar equipamento cultural que é a Biblioteca Municipal Rocha Peixoto onde, em recente sessão comemorativa dos seus 25 anos, tive oportunidade de tratar o tema «Livros: difícil é lê-los». Todavia, durante seis décadas, o velho e belo Diana-Bar foi um lugar selecto de encontros estivais e de tertúlias intelectuais, onde José Régio escreveu muitas das suas páginas, como ainda hoje é recordado no próprio local. (in “Música no Diana Bar” texto de Jorge M. Martins publicado na Revista Correntes D’ Escritas 2017, cujo dossiê é dedicado a Eugénio Lisboa)

Aqui fica, pois, mais um pretexto para não faltar a este lançamento de mais uma das obras de Eugénio Lisboa, um dos grandes ensaístas, escritores portugueses e, sem dúvida, o mais estudioso dos textos de Régio e do segundo modernismo português.

Às 18h00, na sala de atos, terá lugar a abertura da Exposição “Angola: Muxima, desenho e texto” – de Luís Mascarenhas Gaivão e Luís Ançã, seguindo-se o lançamento dos seguintes livros: O Kaputo Camionista e Eusébio, de Manuel Rui, e Vácuos, de Mbate Pedro.

À noite, a partir das 22h00, no Hotel Axis Vermar, serão apresentados mais três livros: Épicodrone E etc…, de José-Alberto Marques, O Inventário do Sal, José Alberto Mar, e Textos de Amor, V.V..

Às 23h00, haverá um Recital de poesia e música “Cartas a Sandra” – a partir da obra homónima de Vergílio Ferreira, por Alberto Serra e Paulo Cunha.

Acompanhe o 18º Correntes d’Escritas no portal municipal e no facebook Correntes, onde pode consultar o programa completo do evento e ficar a par de todas as novidades.