Esta publicação, o número 25 da colecção “Na Linha do Horizonte – Biblioteca Poveira”, integra uma introdução de Maria da Conceição Nogueira.

Segundo Maria da Conceição Nogueira: “O presente estudo – Introdução à leitura de As Duas Fiandeiras – representa apenas uma tentativa de aproximação da história das “duas Estrellas”, ponto de partida para um Romance de costumes populares, passado, essencialmente, na terra natal do Autor (Aver-o-Mar, 1827 – Lisboa, 1891).

Gomes de Amorim narra a história de duas “moças” que, pela sua beleza ou garridice, mobilizaram todos os olhares de Avelomar, despertando “amores desencontrados”, repassados de paixão e ciúme, de cenas amorosas ou violentas, terminando tudo por uma apreciável felicidade, conquistada à custa de bom senso e discreta generosidade, de arrependimento e reflexão.

Narrando a apaixonante história das duas fiandeiras – Ana e Rosa Estella – Gomes de Amorim debruça-se sobre “o modo de ser” dos avelomarenses da 2.ª metade do século XIX (a obra fora escrita em 1866), através de uma apurada crítica social, nomeadamente religiosa e política.”

Sobre Maria da Conceição Nogueira:

Nasceu, cresceu, trabalhou e ainda vive na Póvoa de Varzim.

Professora do Ensino Primário durante quinze anos (de 1950 a 1968), nas freguesias de Aver-o-Mar e Aguçadoura do nosso concelho, frequentou nesses últimos cinco anos, como aluna voluntária, o curso de Filologia Românica, na Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra.

No ano lectivo de 1972-73, realizou o seu Estágio para o Ensino Secundário, no Liceu D. Manuel II, do Porto, actual Escola Secundária Rodrigues de Freitas.

Tendo concorrido ao Quadro Geral de Professores Efectivos, ficou colocada na sua terra natal, no Liceu Nacional da Póvoa de Varzim, hoje Escola Secundária Eça de Queirós, onde se manteve desde o ano lectivo de 1973-74 até 2001 (ano da sua aposentação), leccionando as disciplinas de Português e Francês.

Amiga de infância da família de Flávio Gonçalves, acompanhou a actividade intelectual e cultural desse ilustre poveiro, sobretudo como director do Póvoa de Varzim Boletim Cultural, tendo, a seu pedido, iniciado nos anos 60 a sua colaboração nesta edição municipal. A partir de 2006, assumiu a direcção do Póvoa de Varzim Boletim Cultural, no qual tem publicado alguns artigos, designadamente nos volumes 42 (2008) e 44 (2010).