As
celebrações religiosas que marcam este dia são a Missa Solene em honra de S. Gonçalo,
às 10h00, e a recitação de Terço e Sermão seguida da Majestosa Procissão em honra de S. Gonçalo,
S. Sebastião e S. Luzia, às 16h00.

As
festividades conhecem ainda momentos musicais com a actuação da Banda Musical
da Póvoa de Varzim e de Lousada, às 8h00, e um concerto às 18h00, no adro da
Igreja.

As
manifestações de carácter profano arrancaram no domingo, 23, à noite com actuações
de grupos musicais populares e com uma sessão de fogo de artifício, às 24h00.

Sobre a devoção da freguesia ao Beato Gonçalo de
Amarante, Monsenhor Manuel Amorim escreveu no artigo intitulado “Duzentos e
cinquenta anos da vida da freguesia de Santa Eulália de Beiriz” publicado no Póvoa de Varzim Boletim Cultural vol. X,
nº 1 (1971) o seguinte: “Diz a tradição local «que se venera nesta freguesia
desde o séc. XVI, em cuja época grassava uma grande epidemia que devorava parte
dos seus habitantes, os quais tendo já devoção com o Milagroso Santo, foram em peregrinação a Amarante,
e lá se conservaram em oração até à extinção de tão grande flagelo». A história
parece, neste caso, confirmar a tradição porque, na 2ª metade do séc. XVI
(1569), o país foi assaltado por uma formidável peste, que no verão fez
milhares de vítimas e por isso se chamou Peste grande. A peste chegou ao norte
no ano seguinte e o alarme entre as populações foi tal que algumas cidades
quase se despovoaram. Seria nessa altura que os moradores de Beiriz se
lembraram de recorrer ao eremita de Amarante, cuja devoção estava em voga.
Continua a tradição local «Tendo sido os seus rogos atendidos, voltaram
novamente e trouxeram o retábulo do Milagroso Santo, sendo mais tarde adquirida
a sua imagem erigindo-se um altar onde é venerado». Em 1621 os devotos de S.
Gonçalo já estavam organizados, em forma de confraria, e os mordomos tinham
direito a receber as ofertas deles. (…) No século XVIII a festa de S. Gonçalo
tinha aspecto de romaria minhota, com danças e profanidades. «Por me constar
que se gastava dinheiro de esmolas em danças e profanidades que não pertencia
ao culto divino, mando que não usem de tais danças na festa de S. Gonçalo sob
pena de serem multados». Foi nesse século que os devotos reformaram o velho
altar de S. Sebastião, colocando no camarim a imagem de S. Gonçalo que passou a
dar o nome ao altar.”