Huelgas Ensemble, sob a direção de Paul Van Nevel, atua na
sexta-feira, 20, na Igreja Matriz, às 21h45.

O reencontro de um
já lendário agrupamento vocal com o FIMPV (a sua quinta visita) e a proposta de
um programa que recorda “coisas do passado” – “à procura dos sons perdidos” –,
dividido em duas partes, cada uma como que um espelho da outra: a primeira tem
início na época barroca, retrocede no tempo através da Renascença e acaba na
Idade Média. A segunda parte encena o oposto, começa a viagem na Ars Antiqua do
século VIII e regressa ao ponto de partida – um coral de Johann Sebastian Bach.

Huelgas Ensemble

O Huelgas Ensemble
foi fundado por Paul Van Nevel em 1970 na Schola
Cantorum Basiliensis
, de Basileia; a sua designação inspira-se no mosteiro
cisterciense homónimo próximo de Burgos. No início especializou-se em música
contemporânea, mas em breve a sua atividade concentrou-se na música da Idade
Média e da Renascença, recorrendo minuciosamente às fontes primordiais e dando
uma vital contribuição para o estudo da música antiga através das suas
pesquisas publicadas. O agrupamento propõe um surpreendente programa, com
trabalhos por vezes desconhecidos de compositores como Nicolas Gombert, Claude
Le Jeune, Johannes Ciconia, Pierre de Manchicourt…

As interpretações do
Huelgas Ensemble são baseadas numa profunda compreensão das técnicas e práticas
vocais da Idade Média e Renascença. Já gravou mais de 50 CDs para a Sony e
Harmonia Mundi. Dentre as maiores distinções incluem-se o Prémio Caecilia da imprensa belga, o Choc do Ano de Le Monde de la
Musique
, um Edison Award, o Cannes Classical Award, o Prix in honorem da Académie Charles Cros
e o prémio alemão ECHO Classic.

O Huelgas Ensemble é
subsidiado pelo Governo Flamengo e pela cidade de Lovaina.

 

gli incogniti
Gli Incogniti

No sábado, 21, Gli Incogniti, sob a direção de
Amandine Beyer, encerra o certame, na Igreja Matriz, às 21h45.

A violinista
Amandine Beyer, após a recente publicação da integral das Sonatas e Partitas de
Johann Sebastian Bach recebida pela crítica especializada com calorosos
elogios, propõe um programa com as obras gravadas recentemente na Igreja
Românica de S. Pedro de Rates à frente dos seus Gli Incogniti, (a edição será
publicada em breve): um florilégio de concertos revelando a invenção de “Prete
Rosso” sob várias formas. Vivaldi era muito admirado pela sua habilidade no
violino, mas, no entanto, soube compor para outros instrumentos, como nos
mostram as magníficas obras para flauta ou violoncelo incluídas no programa.


Gli Incogniti

Fundado por Amandine Beyer em 2006, o agrupamento retira a sua designação
da Accademia degli incogniti
veneziana, e tenta também absorver o espírito do nome que suporta, ao cultivar
um gosto pelo desconhecido em todas
as suas formas: experimentação de sonoridades, procura de novo repertório,
redescoberta dos clássicos, etc.

Gli Incogniti congrega músicos que participaram em diversos projetos ao
longo dos anos mais recentes, dando-lhes grande prazer os ensaios e concertos
efetuados em conjunto. O seu objetivo prioritário, nesta nova formação, é
transmitir uma visão coerente e empenhada das obras que interpretam, orientada
pela combinação das suas sensibilidades e gostos. Depois de algumas excelentes
críticas sobre as primeiras gravações dedicadas à integral dos concertos para
violino de Johann Sebastian Bach (Choc de
Le Monde de la Musique, 10 de
Répertoire, CD der Monat da revista
alemã Toccata), Gli Incogniti apresentou-se nas mais prestigiadas salas de
concerto e festivais de música antiga, como a Opéra de Monte Carlo, o Théâtre
de la Ville
(Paris), Via Stellae
(Espanha), Tage Alter Musik Regensburg
(Alemanha) ou o Festival de Sablé
(França)…

O segundo CD, dedicado às Quatro
Estações
de Vivaldi, e alguns concertos para violino antes não gravados (Choc de Le Monde de la Musique do ano, 10 de Repértoire), publicado em 2008,
foi saudado pela crítica como uma renovação
da discografia vivaldiana. Durante várias semanas esteve no top das vendas da
música clássica em França.

As duas últimas gravações foram dedicadas a compositores praticamente
desconhecidos, como Nicola Matteis (2009) e Johann Rosenmuller (2010). O
conjunto explora os diferentes e ignorados trabalhos destes dois compositores.
A crítica especializada elogiou ambas as gravações.