O Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim inaugurou, no domingo, a Casa da Memória da Paróquia da Matriz, num momento solene que contou com a presença do Arcebispo Primaz de Braga, D. José Cordeiro, e do Padre Avelino Castro.
Aires Pereira confessou-se feliz pela conclusão de um trabalho que “perpetua a memória de todos aqueles que contribuíram para que chegássemos aqui hoje”, um trabalho de uma comunidade “sempre unida e disponível para ajudar os outros, que soube esperar”.
Neste momento de celebração, o Presidente da Câmara fez questão de evocar a memória “de uma pessoa que já não está entre nós, o Padre António Torres, que dizia que tinha por cumprir com a Paróquia da Matriz a construção das Casas Mortuárias”. Aires Pereira lembrou a última vez que falou com o Padre Torres, “numa quinta-feira à tarde, dois ou três dias antes de este falecer”, e da sua alegria com uma solução definitiva para esta questão, com este “diamante, que iria permitir preservar a memória do antigo edifício que existia aqui, muito abandonado”.
“Incumprir com os vivos é uma falha como outra qualquer, com quem já não está aqui connosco seria uma falha imperdoável”, sublinhou o Presidente da Câmara, que deixou, igualmente, uma “palavra de grande reconhecimento ao Padre Avelino Castro, por este entendimento que nos permitiu chegar aqui”, com uma obra onde “tudo tem significado, desde os puxadores à simbologia interior, tudo tem uma explicação”, um “magnífico trabalho que irá permitir que a memória desta comunidade não se apague”.
A concluir a sua intervenção, Aires Pereira não esqueceu que “a obra mais importante é sempre a que falta realizar”, neste caso, a de “materializar o resto do arruamento que está em fase final de negociação dos terrenos e libertar este edifício belíssimo da Igreja da Matriz de todas as construções adjacentes feitas por necessidade ao longo do tempo”.
D. José Cordeiro procedeu à bênção do novo edifício e destacou que “a memória tem esta força e capacidade de unir o passado ao presente e ao futuro” e também recordou o Padre António Torres, um exemplo na promoção de uma “Igreja de portas abertas”. Para o Arcebispo Primaz de Braga, o “que estamos aqui a testemunhar é a memória do futuro, de bem fazer memória dos que peregrinaram antes de nós e nos abriram novos horizontes”.