Em 24 óleos sobre tela, a pintora fixa
janelas de diferentes edifícios da cidade, que passam, na maior parte das
vezes, despercebidas aos olhos de quem por elas passa no ritmo do dia-a-dia.

A ideia desta
exposição surgiu, como explica a autora, “um pouco por acaso, numa tarde
ensolarada de conversa, à porta do atelier”, mas, a partir do momento em que percebeu
que este era um tema bastante interessante e que nunca tinha sido abordado
desta forma, Cláudia Machado teve cerca de um ano e meio de trabalho pela
frente e que incluiu o levantamento fotográfico de mais de uma centena de
janelas, a selecção das que mais se adaptavam a ser pintadas e o trabalho final
de as passar para a tela.

Não há qualquer critério histórico ou de
valor arquitectónico por trás da selecção. Segundo a pintora, “o que se procurou
foi escolher as janelas que melhor resultavam depois de pintadas”. O resultado
é uma visão única sobre janelas da cidade numa exposição que esteve já n´A
Filantrópica, em Janeiro, na galeria Cais Art´s, em Março, e que estará agora
no Posto de Turismo.

Cláudia Machado começou a pintar há pouco
mais de três anos e, como ela explica, “só como hobby, porque tenho outra
profissão”. Quanto ao seu estilo, afirma que não se fica por um único, uma vez
que está ainda a “experimentar a pintura”, sendo, portanto, possível ver
trabalhos seus que vão desde o retrato ou 
da tentativa de reprodução da realidade até a quadros mais abstractos.
Aliás, após a realização de um trabalho tão “rígido” como foi o da reprodução
das janelas poveiras, em que, como ela afirma, “havia um grande número de
linhas rectas e uma colagem tão grande ao objecto retratado, tive necessidade
de libertar a mão, pelo que os trabalhos seguintes podem ser considerados mais
abstractos.”

“As Janelas da Póvoa de Varzim”, dos
edifícios para a tela, no Posto de Turismo, a partir de dia 13 deste mês.