Apesar da Associação ter sido fundada há 40 anos, a vertente cinematográfica surgiu cinco anos mais tarde. Como foi lembrado por um dos membros da Direção, Hilário Amorim, o nome Octopus refere-se às oito atividades a que a Associação pretendia dedicar-se há quatro décadas. No entanto, apenas o Cineclube resistiu ao passar do tempo e “ao encerramento de todas as salas de cinema na Póvoa de Varzim”, como referiu o Vice-Presidente da Câmara Municipal e Vereador da Cultura, Luís Diamantino. “Os grandes centros comerciais com a exibição dos filmes comerciais mais recentes ditaram o fim do cinema na Póvoa. Mas a comunidade poveira tem de agradecer ao Cineclube e aos jovens aguerridos e persistentes que dele fazem parte por terem continuado a exibir durante anos, no Auditório Municipal, filmes de grande qualidade”. O autarca afirmou que a mudança de “casa” (exibições começaram, entretanto, a ser feitas no Cine-Teatro Garrett) deram outro impulso à associação. A melhoria das condições trouxe novos sócios e muito mais público.

“Como Vereador da Cultura sinto-me muito feliz com as associações culturais que temos: Varazim Teatro, Capela Marta, Banda Musical, Pathos e, claro, o Octopus. São coletividades com as quais a Câmara Municipal estabeleceu protocolos e apoia financeiramente e que mantém a chama da cultura viva no concelho”.

Luís Diamantino desafiou o Octopus a repetir a experiência realizada este Verão: as sessões de cinema ao ar livre na Casa Manuel Lopes. O desafio foi imediatamente aceite pela associação que traz uma média de 47 filmes por ano ao Garrett. Foi o caso de “Nosferatu”, a obra escolhida para assinalar o 35º aniversário.

A associação recriou a experiência cinematográfica do antigo “Theatro Garrett” no início do século XX. O filme mudo foi  acompanhado por música ao vivo interpretada pelo trio de jazz poveiro Swingologia. O grupo é constituído por Carlos Fortes (guitarra, teclas e voz), Luís Aguiar (harmónica e voz), Miguel Aguiar (guitarra).  

O filme escolhido é um dos mais icónicos clássicos do cinema mudo mundial. “Nosferatu, O Vampiro” foi a primeira e mais célebre adaptação do romance de Bram Stocker, Dracula e uma das máximas obras-primas da história do cinema.