Como o nome indica é um livro de receitas, de onde Machado Vaz salientou os textos entre cada receita, que abordam vários temas que não os estritamente ligados à culinária. “Fiquei com um sabor agridoce por saber que o homem que não cozinha, não consegue seduzir as mulheres” gracejou. Para Luís Machado, este é “um livro despretensioso, que não pretende competir nem com os grandes cozinheiros, nem com os grandes escritores. É um livro diferente, onde tem algo de mim próprio”. O livro é editado pela Parceria António Maria Pereira.

Ignacio Del Valle pertence a uma nova geração de escritores espanhóis. Com O Tempo dos Imperadores Estranhos, lançado em Portugal pela Porto Editora, livro que pertence a uma trilogia que fez grande sucesso em Espanha, o escritor venceu prémios como o Premio de la Crítica de Asturias, o  Premio Libro con Huella e menção especial do Premio Dashiell Hammett. História, amor e ficção enredam-se no trama do livro, onde o mistério está bem presente. A acção decorre durante o Inverno de 1943, tendo como pano de fundo a guerra.

Eduardo Halfón foi o autor que se seguiu e para construir O Anjo Literário,
livro que apresentou, partiu da seguinte questão: haverá um momento na carreira de um escritor que caracteriza a sua entrada no mundo da literatura? E a partir daqui Halfón foi contando histórias sobre outros escritores, como Herman Hesse, Ernest Hemingway ou Vladimir Nabokov, resultando o livro numa pesquisa sobre o processo criativo. O livro é editado pela Cavalo de Ferro.

Carme Riera é uma das escritoras catalãs mais importantes da sua geração. Venceu o Premio Nacional de Literatura entre outros prestigiados prémios da Catalunha, com No Último Azul, livro que apresentou em Portugal pela mão da Teorema e que lançou em Espanha em 1994. Esta obra é um romance histórico sobre os cripto-judeus que morreram pela fogueira em quatro autos-da-fé, após tentarem a fuga para a liberdade.

Por fim, um livro trazido pela Deriva e escrito pelo jornalista Pedro Teixeira Neves. O Sorriso de Mona Lisa tem como fio condutor a cultura. Nele se podem encontrar quatro contos sobre temáticas como os escritores do século XX, as artes plásticas ou ainda vários problemas actuais, como “sobre problemas de pessoas que são forçadas a saltar fronteiras”, disse o autor, dando como exemplo, entre tantos outros, o do tráfego de pessoas do México para os Estrados Unidos.

A noite terminou com um recital de poesia pela voz de Luís Machado, acompanhado do piano por Inês Correia. Ary dos Santos, Sophia de Mello Breyner, Manuel Alegre, Miguel Torga, José Régio, Natália Correia ou Nuno Júdice foram apenas alguns dos autores de poemas declamados ontem à noite, arrancando aplausos de toda a plateia. Teresa Rita Lopes, presente na plateia (é uma das convidadas do Correntes d’Escritas), foi ainda homenageada através da sua própria poesia, pois Luís Machado declamou um poema do livro A Fímbria da Fala.