Como referiu Afonso Oliveira, Vereador do Pelouro do Desenvolvimento Socioeconómico, a iniciativa é de grande interesse para a comunidade e em tempo de crise o tema é da maior actualidade. “Todos temos interesse em saber como é que se cria valor e se faz mais ou o mesmo com menos” referiu, lembrando também o papel da Câmara Municipal na intermediação destas acções que têm como objectivo contribuir para a redução de custos e para o aumento da produtividade e lucro das empresas.

João Paulo Pinto informou que a filosofia do “pensamento magro” – Lean Thinking – surgiu como um sistema de gestão cujo objectivo é o desenvolvimento de processos e sistemas tendo em vista a eliminação do desperdício em toda a organização e a criação de valor para todas as partes interessadas. Trata-se de um modelo operativo, com técnicas e ferramentas bem consolidadas que ajudam a melhorar a eficiência global das organizações, sendo que para que esta oportunidade seja realizada é necessário contar com as pessoas. Atrair, preparar, comprometer, mobilizar, compensar e fazer um seguimento dos resultados das pessoas é um elemento chave, alertou o palestrante.

No sentido de despertar para oportunidades de melhoria, João Paulo Pinto referiu que em situação de crise é primordial que se converta este estado em oportunidade num processo de melhoria contínua com envolvimento e comprometimento passo-a-passo numa atitude proactiva. “Em média, 40% dos custos em qualquer negócio são puro desperdício. Eliminar este desperdício permite reduzir custos e dispor de um negócio mais rápido e flexível no mercado”, preveniu o orador mencionando reuniões e relatórios como exemplos de desperdícios que contribuem para que uma fatia significativa dos custos da organização sirvam para engordar.

O Presidente da Direcção da Comunidade Lean Thinking advertiu para o facto de que nas organizações apenas uma pequena percentagem das actividades acrescenta valor, sendo que a maioria são desperdício e como tal devem ser eliminadas. “Por norma, o desperdício está escondido e é difícil identificar. Esta situação exige que sejamos proactivos para encarar que não são 95% de desperdícios, mas sim 95% de oportunidades de melhoria”, acrescentou. É crucial que após a fase inicial da eliminação do desperdício (o emagrecimento controlado) se passe à criação de valor (criando músculo), pois muita da gordura das organizações poderá ser transformada em músculo, concluiu.

O palestrante identificou “esperas; excessos; stocks; transportes; movimentações; o próprio processo e defeitos” como desperdícios, sendo que “a maior manifestação de muda nas organizações é: que levante a mão quem achar que a sua empresa aplica na plenitude o potencial das pessoas que nela trabalham”. Para tornar-se lean é necessário fazer dieta a nível de equipamento; tempo das pessoas; material; peças e espaço e fazer exercício que passa por planear, fazer, verificar e ajustar, afirmou João Paulo Pinto anunciando a falta de humildade como falhanço deste pensamento.

Lembrando que não há receitas mágicas, João Paulo Pinto referiu que o conhecimento lean é adquirido através de tentativa e erro, prevenindo que Lean thinking é lean, desde que proporcione uma maneira de se fazer mais com menos, isto é, com menos esforço humano, menos equipamento, menos tempo e até mesmo menos espaço, enquanto simultaneamente se produzem produtos que os clientes realmente querem, na quantidade certa e no momento certo. Desta maneira consegue-se aumentar o valor enquanto se reduzem os desperdícios.