Os dois autores tiveram plateias diferenciadas: Vergílio Alberto Vieira conversou com crianças do 3º ciclo do Ensino Básico, enquanto Aurelino Costa esteve à conversa com alunos do ensino Secundário.

Junto dos mais novos a manhã passou a correr com as crianças a ouvirem Vergílio ler alguns trechos do seu livro “Cinema Garrett”, precisamente um dos espaços da sua memória de infância e “onde para o ano se vai realizar o Correntes d’Escritas”, explicou aos alunos.

Depois a conversa foi-se desenrolando mediada pelas perguntas das crianças, sempre muito curiosas e muito ansiosas por uma resposta sobre os livros e as muitas histórias infanto-juvenis que o autor já publicou, como “A semana dos nove dias”, “A oleira prodigiosa”, “Paisagem com trenó e neve ao fundo”, alguns inseridos no Plano Nacional de Leitura.

Vergílio Alberto Vieira aproveitou a sua experiência pedagógica de uma vida dedicada à docência para cativar o interesse dos mais novos, apresentando à plateia objetos mais ou menos misteriosos, como a caixinha de música ou o grande livro-caixa, que guarda lá dentro muitos outros livros de vários tamanhos.

Noutra sala, com maior serenidade, dado o grau de maior maturidade dos alunos, Aurelino Costa ia falando sobre o seu processo criativo, quer da poesia escrita quer da palavra falada e gravada em CD. Aurelino Costa revelou que começou a sentir-se atraído pelas palavras desde muito novo, ouvindo a sua mãe, que gostava muito de trocadilhos e ditados populares. Havia muita musicalidade na sua voz e no seu discurso do quotidiano. Mais tarde, na escola, Aurelino destacava-se na interpretação dos textos. A paixão pela palavra e pela escrita foi-se revelando e aumentando à medida que o tempo avançava…

Muitos episódios que foram marcando Aurelino e depois a sua escrita…pelo meio a leitura de um poema…mais um texto dos “Papéis de Fumar” de Vergílio Alberto Vieira, o amigo que se encontra na outra sala, com outras palavras e outros rostos…

Os trabalhos que gravou associados à música, como o CD de poemas de Miguel Torga e o piano de fundo do Maestro Vitorino d’Almeida foram referidos por Aurelino Costa, que foi desvendando alguns dos aspetos do processo de preparação do trabalho final. Nesta altura, Aurelino já se encontra a preparar outro CD sobre António Nobre. Foi o pretexto para o poeta poveiro revelar alguns aspetos da vida e obra deste poeta, que tem trabalho alusivo aos pescadores poveiros.

A manhã no Colégio de Amorim foi animada e criativa.