O tema das marcas, ou siglas de pescadores, tem sido objeto de um trabalho conjunto de estudo e divulgação por parte de entidades da Póvoa de Varzim e de A Guarda. Estas são localidades fortemente marcadas pela atividade da pesca e pela riqueza das tradições das respetivas comunidades piscatórias. Entre as duas verifica-se a existência de vários pontos comuns na cultura e forma de estar destes homens do mar, desde a organização tradicional do trabalho até às artes e técnicas de pesca, passando, naturalmente, pelo uso das marcas de pescadores.

Caídos em desuso ao longo do Século XX, estes símbolos gráficos encontravam-se, sobretudo, associados a indicações utilitárias, expressando a ideia de posse, de autoria ou mesmo o sentido de proteção mágica. Apesar das utilizações muito semelhantes na Póvoa e em A Guarda, a evolução foi diferente em cada uma destas localidades. Se na primeira o sistema entrou em declínio durante a primeira metade da centúria, sendo a sua utilização residual na década de 1960, na segunda, as marcas preservaram uma vertente prática, mesmo num contexto de pesca industrial, o que justificou a sua preservação até à década de 1980.

A preocupação com a exploração desta temática, ocorrida no contexto da parceria entre a Câmara Municipal da cidade portuguesa e a Associação “O Piueiro” da localidade galega, tem-se materializado em exposições, como as que, durante o ano de 2018, estiverem patentes tanto no Museu da Póvoa, como nas instalações do Ayuntamento de A Guarda.