Apenas em um dia, artistas oriundos de Portugal, Espanha, Itália, Hungria e Bulgária vão apresentar as suas obras que têm a música de raiz como base criativa.

Às 16h30, o certame arranca com “Canções Difíceis Fáceis de Saber” onde Laura Rui, Catarina Valadas e Sónia Sobral exploram o lado lúdico das palavras e abordam a escrita criativa numa perspetiva didática, despertando a atenção para a riqueza da língua portuguesa. Para além das vozes, o trio feminino apresenta-se com acordeão, flauta e ukulele, num registo musical entre o erudito e o circense, sem dispensar a componente teatral e cénica.

Os espetadores desta nova criação músico-teatral vão levar com sílabas desordenadas, piruetas com as letras, métricas desformatadas, diversões desenfreadas, as gramáticas rasgadas, emoções, tudos e nadas!

O imaginário das crianças não dispensa a vida dos adultos, suas referências. Estas canções apropriam-se de temáticas quotidianas traduzidas para a perceção infantil. Temas que traduzem vivências, desmontando, junto dos mais pequenos, a idiossincrasia e os paradoxos do mundo em que vivem. Pequenas sementes de consciência social.

Nunca um espetáculo foi tão infantil e adulto ao mesmo tempo. “Canções Difíceis Fáceis de Saber” é um concerto infanto-adultês.

O projeto de música instrumental “Palankalama” vai apresentar-se às 18h30. Quatro músicos do Porto dão o som a um documentário dedicado à preservação da memória de toda a música do mundo, desde o jazz, música klezmer, música popular portuguesa, ao folk, rock, entre outros. As suas composições baseiam-se na música tradicional/folk de diversas regiões e imaginários. Cada música é uma procura de um cenário onde se desenvolve um argumento. Recorrendo à energia do rock, a narrativa é traçada pelos quatro elementos da banda, numa busca de lugares de “ficção “.

Uxía, uma das maiores embaixadoras da música e poesia galegas, irá atuar às 21h30.
Com mais de 30 anos de carreira, a artista renovou a música tradicional galega, combinando alalás (a forma de música tradicional galega mais antiga e característica) com moma, fado e ritmos brasileiros.

A cantora galega Uxía Senlle tornou-se, ela mesma, uma placa giratória viva de culturas e sonoridades. Este seu novo disco, gravado em Sintra, com arranjos e direção musical de Paulo Borges, é disso o mais eloquente espelho. O canto de Uxía, aqui com incursões nos territórios do tango, da morna ou do fado, aligeirou a sua antiga força telúrica e adocicou-se neste “mainstream” de mundos, mas não perdeu as colorações que fazem dela uma das maiores cantoras galegas da atualidade.

Às 22h40 poderá assistir ao espetáculo de Maria Mazzotta, uma das vozes mais importantes da cena musical da região italiana de Apulia.

A artista move-se naturalmente entre os sons típicos do Sul do país e as influências da música dos Balcãs.

Após a atuação da artista italiana viajaremos até à Hungria e à Bulgária com Meszecsinka (Small moon, assim é a tradução do nome). Cantam em sete línguas (húngaro, russo, búlgaro, finlandês, inglês, árabe e castelhano) e transportam os ouvintes para um espaço místico, onde o folk húngaro e búlgaro andam de mãos dadas com o flamenco e funky, o oriental e o experimental.

A despedida será feita em português “adocicado” com Samba sem Fronteiras, uma roda de samba nascida entre um grupo de amigos brasileiros, residentes em Portugal, que procuravam manter viva a música que nasceu para celebrar a vida e reinventar a alegria.

É com o mote de soltar a voz, deixar o corpo entrar no ritmo e celebrar a cultura brasileira que vão preencher o palco a partir das 00h45.