O Júri, constituído por Daniel Jonas, Inês Pedrosa, José António Gomes, Luís Caetano e Marta Bernardes, referiu que “Estranhezas é uma exaltação da paixão, da beleza, do real concreto e efémero eternizado pela deslocação da esfera do tempo para o espaço de escrita. As sete partes deste livro – No Espelho, Da Paixão, Da Beleza, Alteridades, Tumulto, Ferocidades, Diante do Abismo – revisitam e deslocam os temas centrais da obra de Maria Teresa Horta que, desde o seu primeiro livro (Espelho Inicial, 1960), criou um glossário e uma sintaxe muito pessoais, um idioma singular que subverte e atualiza a ideia da poesia como canto celebratório, brincando com as convenções da rima e do ritmo, fazendo-as implodir num erotismo vital, que se exerce numa contínua experimentação dos limites de nudez e mistério da palavra”.

Maria Teresa Horta nasceu em Lisboa, onde frequentou a Faculdade de Letras. Escritora e jornalista, foi a primeira mulher a exercer funções dirigentes no cineclubismo em Portugal, e é conhecida com uma das mais destacadas feministas portuguesas. Estreou-se na poesia em 1960, e a sua obra poética publicada até 2006 – dezoito títulos – está coligida em Poesia Reunida (Dom Quixote, 2009), livro que lhe valeu o Prémio Máxima Vida Literária.

Em 2014, o Correntes d’Escritas dedicou-lhe o dossiê da Revista lançada durante o evento, onde também foi apresentada uma nova edição do seu romance, Ambas as mãos sobre o corpo, Publicações Dom Quixote.

António José da Assunção, da Lousã, que concorreu com o pseudónimo de “Tirso Varzino/ Tirso Poveiro”, foi o vencedor do Prémio Literário Fundação Dr. Luís Rainha Correntes d’Escritas 2021, no valor de 2000 euros, com o trabalho “Como Ondas de Mar”.

As atas dos Prémios Literários Casino da Póvoa e Fundação Dr. Luís Rainha estão disponíveis aqui.

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