Estiveram também presentes o Administrador Regional da ARH do Norte, Pimenta Machado, e o Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Aires Pereira.

Para o Ministro do Ambiente, esta demolição significa, “em primeiro lugar, num projeto mais completo e global, a adaptação do território às alterações climáticas, isto é, temos tornado o território mais resistente àquilo que é o avanço do mar e, por isso, é impensável que estruturas como esta, pesadas, existam nas praias. Em segundo lugar, significa a recuperação de um espaço para o comum das pessoas. É fundamental que estes espaços sejam espaços públicos. Em terceiro lugar, significa que o Ministério do Ambiente está muito empenhado em garantir a estabilidade da linha de costa sabendo que ela pode representar alguma retirada de construções”.

João Matos Fernandes considera “fundamental manter a linha de costa como a conhecemos. Pelo que se perde em termos de biodiversidade, porque o litoral como ecossistema de fronteira é de grande riqueza, é da maior importância que se mantenha ainda que aqui tenhamos que combater uma força muito grande, a do mar. Mas, para que isso aconteça temos que necessariamente reduzir pressões. Por isso, edifícios como este não podem estar aqui”.

Transmitiu ainda que “é particularmente grato ao Ministério do Ambiente estar aqui hoje porque estamos com entidades várias, destacando a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim. Cada vez mais as autarquias, que no passado tiveram uma posição mais resistente a estas ações promovidas pelo Ministério do Ambiente, são hoje os principais parceiros da ação ambiental. O Ministério do Ambiente só tem políticas que mexem com o território e quem gere o território são as autarquias. Daí que seja fundamental a parceria da Câmara. A responsabilidade é do Ministério, a empreitada é do Ministério, mas fazê-la com o apoio institucional da autarquia que já tem projetos para recuperar o espaço para a fruição pública é muito importante”.

De futuro, “a praia vai tomar boa parte do espaço que era ocupado pelo edifício e o polidesportivo, também em areia, vai poder crescer para permitir práticas de fruição pública, balnear e desportiva”, revelou o Ministro.

O Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Aires Pereira, transmitiu que “esta demolição significa o repor de uma situação que há muito nos preocupava, o estado de abandono em que estava este edifício, a própria insalubridade que trazia para a área pública, além da dificuldade da praia estar a ficar muito curta neste sítio”.

O autarca disse ainda tratar-se de “um aviso porque temos várias concessões do domínio público na área da Póvoa de Varzim, algumas muito adulteradas. Daí que seja também um aviso para que as pessoas façam bom uso das concessões de acordo com aquilo que foram atribuídas para que não tenhamos que repetir situações destas em que as pessoas abandonam e só se preocupam no Verão em terem os espaços em funcionamento. A cidade tem que funcionar 12 meses por ano e portanto este é um bom exemplo de uma situação que correu mal”.

Neste sentido, preveniu que “é preciso que as pessoas tenham o cuidado de acompanharem o esforço que o Município está a fazer de reabilitação da sua costa e de valorização daquilo que é o seu património natural de modo a que possamos todos olhar para as coisas e gostarmos daquilo que vemos”.

Deixou o alerta de que está em fase de revisão dos Planos de Ordenamento da Orla Costeira e tudo o que forem usos indevidos da zona de praia naturalmente podem ser encaradas novas demolições.

Quanto ao maresia, Aires Pereira explicou que “a demolição vai demorar cerca de um mês porque o edifício é muito grande e tem duas caves. O Município vai lançar o concurso público para a reposição desta zona de modo a que esteja tudo concluído para o início da próxima época balnear”.

E a propósito de construções na areia, o Presidente revelou que “no próximo ano vai lançar um concurso de ideias sobre o fim que havemos de dar à Esplanada do Carvalhido. Gostaria muito de voltar a ver a praia naquele sítio”.