Patente
até 31 de Outubro, esta mostra merece uma visita na medida em que apresenta um
espólio rico e diversificado, onde se reflectem as diferentes etnias que
constituem esse enorme país cuja civilização tem raízes milenares. Muitos dos
instrumentos apresentados são réplicas de peças encontradas em estações
arqueológicas anteriores à era cristã mas não faltam, também, peças que
testemunham a evolução ocorrida ao longo dos séculos, sendo ainda hoje
utilizadas na música tradicional.

Este é um convite para a descoberta de uma civilização
que nos remete para quadros mentais totalmente diferentes dos nossos e onde aos
instrumentos e à música cabia um papel fundamental. Na mística subjacente ao
“Sistema de Música Ritual”, teorizada por filósofo Confúcio (551-479 A.C),
considerava-se que da correcta articulação e inflexão de cada nota dependia a
harmonização entre o Céu, os Homens e a Terra. A música era, portanto, um
instrumento de poder, sendo considerada um assunto de Estado. Sob a tutela dos
Imperadores a sua utilização em cerimónias oficiais e militares foi
meticulosamente regulamentada. Neste contexto, cabia à música a vertente
celestial, desempenhando um papel unificador, enquanto os rituais reflectiam os
aspectos terrenos, marcando a diferença e infundindo o respeito mútuo.