Tratou-se de uma demonstração do ambiente que acontece nas aulas de escrita criativa da EC.ON – Escola de Escritas, dinamizada por Luís Carmelo.

Para esta sessão, o poeta trouxe outro companheiro de letras, Paulo José Miranda, autor de poesia, prosa e teatro.

A EC.ON – Escola de Escritas é uma entidade vocacionada para o trabalho oficinal da “escrita criativa” com sede em Évora. A maioria da oferta é online (perto de noventa cursos ministrados por mais de vinte escritores de língua portuguesa), embora não se limite ao campo literário (com cursos noutras áreas).

A par da vasta oferta online, desenvolve igualmente sessões presenciais, de que são exemplo os “Cursos Ícone” (aos sábados, desde Janeiro de 2014, um escritor apresenta-se na sede da escola para falar sobre os seus processos de criação literária).

Depois conheceram nova vida os livros de Luís Carmelo “Ficcionalidades de Prata”, pela Nova Mymosa, o “Reter o Amor do Gancho do Talho” de João Rios (da Abysmo) e “Uma Fotografia Apontada à Cabeça” de José Anjos (Abysmo).

Luís Carmelo nasceu em 1954, é doutorado pela Universidade de Utreque, professor na Escola Superior de Design (IADE) e membro da Associação Portuguesa de Escritores (APE) e da Associação Internacional de Semiótica (IASS-AIS).

Vencedor do Prémio de Ensaio da APE, Luís Carmelo já editou nas Publicações Europa-América várias obras de não-ficção, nomeadamente, Manual de Escrita Criativa, vols. I e II e Sebenta Criativa para Estudantes de Jornalismo.

Luís Carmelo foi finalista do Prémio Literário Correntes d’Escritas deste ano com a obra “Tratado”.

Contou com Marta Bernardes para abrir o apetite dos leitores para um “pequeno livro, este pequeno objeto, que tem lado a lado, ou frente a frente, fotografia e texto, que servem um ao outro sem se servirem um do outro…”

João Rios, também finalista do Prémio Literário do Correntes d’Escritas com a obra “Não É Grave Ser Português”, lançou o seu novo livro “Reter o Amor do Gancho do Talho” neste Encontro.

João Rios é pseudónimo de Manuel Vasques, nascido em 1964, em Vila do Conde, ou melhor nas Caxinas, pois é essa essência que lhe corre nas “artérias”, é essa garra das Caxinas que usou no novo livro.

Com vários livros editados, João Rios também tem participações em antologias como Homenagem a Julio – Saúl Dias; Poesia à mesa; Sombra de Vozes; A musa ao Espelho – Phatos; Divina Música; Diga trinta e três. Colaborou nas revistas: Espanta Pardais, Brilho no Escuro e ainda com a Cru.

Apresentado por Francisco Guedes, João Rios deixou em jeito de manifesto a sincera “gratidão” à Póvoa de Varzim e, em particular, à Manuela Ribeiro por o terem acolhido nas Correntes e o deixarem desenvolver e crescer como autor.

José Anjos é o escritor mais novo desta sessão: nasceu em Lisboa em 1978. Com formação em Direito, também é músico.

Pode dizer-se que dá os primeiros passos na Literatura. Publicou em 2015 o primeiro livro “Manual de Instruções para Desaparecer”, seguiu-se “Somos Contemporâneos do Impossível”. E agora apresentou “Uma fotografia Apontada à Cabeça”.

A Valério Romão coube a tarefa de “ler” José Anjos e apresentar ao público a sua nova obra. “A metáfora da queda é uma das chaves de leitura deste livro”, referiu o preletor, que acabou por deixar o próprio autor emocionado com este raio X feito aos seus escritos.

Depois dos livros, a música em ambiente descontraído, junto ao bar. “On The Road” é o projeto de Tó Trips (guitarrista dos ‘Dead Combo’) e Tiago Gomes (escritor). Esta apresentação é um tributo dos dois artistas portugueses ao clássico de Jack Kerouac, originalmente editado em 1957.

Os dois apresentaram o vinil que dá corpo ao projeto “Vi-os desaparecer na noite”. Tiago Gomes assegura que, na jornada desta dupla portuguesa com a cabeça na América, Jack Kerouac é um “fantasma” tão presente como a sombra de Lou Reed ou Tom Waits.

O espetáculo foi acompanhado de vídeo-beat de Raquel Castro.

Acompanhe o 20º Correntes d’Escritas no portal municipal e no facebook Correntes. Consulte o programa completo do evento e fique a par de todas as novidades.