“As letras da língua e a mobilidade dos criadores na CPLP” foi o tema escolhido pelo político, jurista, professor de Direito, escritor, cidadão.

A apresentação do convidado ficou a cargo do anfitrião, o Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Aires Pereira, que considera que “Jorge Carlos Fonseca é tudo aquilo – e é tudo isso indistintamente, com a particularidade de tudo nele ser tão natural e convergente que nenhum aspeto releva sobre os demais, senão por força de circunstâncias institucionais ou protocolares”.

O autarca constatou que são 250 milhões os falantes que fazem da Língua Portuguesa não só a segunda mais falada no hemisfério sul, como a quinta mais popular na internet. A língua que falamos, a língua que nos une, é por isso, língua do futuro – na cultura, sim, mas também nos negócios, na economia, na vida. A língua que falamos é, em si mesma e por mérito de tão qualificados falantes, um grande recurso económico ao serviço da promoção do desenvolvimento e da paz entre os povos”.

Jorge Carlos Fonseca começou por elogiar a organização do evento, que considerou ser dirigido com competência e sabedoria reunindo quem respira literatura no seu dia a dia, sendo uma celebração da língua, seja ela portuguesa ou castelhana.

“A Língua Portuguesa é um tema muito caro para mim, sobretudo nas minhas funções enquanto Presidente de Cabo Verde e da CPLP”, sublinhou o Presidente de Cabo Verde. Em oito séculos de cultura, linguística diversificada e literatura, a língua portuguesa foi e tem sido meio de expressão e interpretação dos mundos particulares de nomes como Machado de Assis, Luís de Camões, João Vário, Fernando Pessoa, Eugénio Tavares, Herberto Helder, Craveirinha, Pepetela, entre tantos outros, disse Jorge Carlos Fonseca. Presente nos cinco continentes, a língua portuguesa é uma língua oceânica, de povos em viagem, de homens e mulheres em permanente busca do sonho, de uma vontade inabalável de ver outros mundos, numa busca incessante pela felicidade. Segundo o autor, é uma língua de dor, de sofrimento, do medo, da opressão, do desespero, mas também de liberdade, concórdia, esperança, fraternidade, solidariedade, democracia, direitos humanos, da cidadania.

Como Presidente da CPLP, Jorge Carlos Fonseca não poderia deixar de abordar um tema que também lhe é caro: a língua como ativo económico. Segundo o Presidente, “nos mercados, esse potencial ainda está para ser devidamente calculado e explorado. Num mundo globalizado à escala a que assistimos, os povos têm de reconhecer e saber aproveitar as suas vantagens comparativas, de onde poderão resultar mais-valias indispensáveis para o progresso social e económico dos seus cidadãos. Assim, mais do que a afirmação identitária ou cultural, a língua portuguesa, através das instituições que se ocupam dela, nos nossos países, deve tudo fazer para ser tornar num fator de desenvolvimento social, económico e humano”.

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