Como actuam os jornalistas em situações de guerra? Numa retrospectiva histórica das principais guerras que assolaram o mundo desde o século XIX, José Manuel Fernandes apresentou-nos as diferentes coberturas mediáticas realizadas.

A Guerra da Criméia foi a primeira guerra a receber uma cobertura jornalística digna desse nome, assinalando um movimento de expansão e credibilidade do jornal “Times”. O jornalismo independente é exercido numa tradição de liberdade e crítica que se rompe em 1916. O retrato sangrento da Iª Guerra Mundial presente em jornais profundamente nacionalistas provocou um movimento anti-guerra que despoletou a intensidade da guerra. A censura é, então, reintroduzida e actua sobre as notícias, ‘só saíam as boas, não saíam as más’. Com a IIª Guerra Mundial, rádio e imprensa tornam-se instrumentos de propaganda em locais sem liberdade de expressão. As imagens típicas de uma guerra desde bombas, jovens estropiados a crianças aterrorizadas, enfim, cenários de morte da cidade de Saigão visíveis nos media, marcam um momento crucial para os órgãos de comunicação social com importância significativa no desenvolvimento de um conflito. ‘A Guerra do Vietname trava-se no terreno e nos media’, relata o director do Público.
Para se referir à actual cobertura jornalística de situações de conflito, José Manuel Fernandes relata casos sintomáticos de diferentes notícias que abordam uma mesma realidade com diversas versões. Esta situação resulta do envolvimento inevitável dos jornalistas dificultando a imparcialidade necessária.
A Internet afunilou as fontes de informação que, através deste meio, são acessíveis em qualquer canto do mundo. O conferencista convidado terminou aludindo uma nova realidade, a emergência do cidadão jornalista, qualquer um de nós desde que tenha ao seu dispor uma das novas tecnologias que virtualmente nos coloca em qualquer sítio, diminuindo a fiabilidade do jornalismo.