O Congresso Empresarial refletiu sobre a "Estratégia turística Norte de Portugal e Galiza", numa sessão realizada em parceria com a Escola Superior de Hotelaria e Turismo.
A conversa centrou-se nos pontos comuns de incremento do turismo na região, nas melhores oportunidades de investimento em infraestrutura turística e na promoção do património cultural e natural comum, por forma a melhorar a experiência do visitante. Moderado por Diana Bouça-Nova, o debate teve como palestrantes Susana Ribeiro, Diretora Geral Operacional da Associação de Turismo do Porto e Norte, Cesáreo Pardal, Presidente do Cluster Turismo Galiza, e Nuno Almeida, Diretor AECT Galiza Norte Portugal – Agrupamento Europeu Cooperação Territorial.
Para Susana Ribeiro, é fundamental ” aumentar a maturidade e presença digital” das empresas, estimular o seu compromisso “com o respeito pelo território e ambiente”, “dar visibilidade aos territórios de baixa densidade, aumentar oportunidades de negócio às micro e pequenas empresas”, bem como a “capacidade da região competir no mercado internacional”.
A palestrante entende que deve ser feito um trabalho de “distribuição equilibrada de fluxos a partir do Porto”, por forma a que o turista “não planeie a sua deslocação com o objetivo de ficar apenas na cidade” e não haja uma “fixação excessiva do turismo em apenas três municípios de 86 existentes na região”. Neste âmbito, Susana Ribeiro destacou a Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, que faz um trabalho “pouco comum” na fixação de negócio nesta área económica e no apoio que dá aos empresários.
Cesáreo Pardal lembrou que o Norte de Portugal e a Galiza “representam um destino turístico global de 14 milhões de pessoas, anualmente”, sendo fundamental “uma marca conjunta de promoção e comercialização destes dois destinos, para podermos chegar a mercados que de forma separada teremos mais dificuldades em atingir”. O Presidente do Cluster Turismo Galiza considera que “o peso do sector turístico nesta área de cooperação justifica um trabalho chave, à escala regional e sinergias entre todos os municípios integrados” e exemplificou com o Caminho de Santiago, “de promoção conjunta no estrangeiro” e de elevado valor para a “preservação da cultura e tradições locais” e para a “conservação de recursos patrimoniais e naturais” de ambos os lados da fronteira.
A finalizar a sessão de reflexão, Nuno Almeida comparou “duas entidades governativas completamente assimétricas nesta eurorregião: a Galiza, “com autonomia e orçamento próprio”, e, do lado português, “uma realidade mais difusa do ponto de vista regional”. Em conjunto, são “ponto de encontro para cerca de seis milhões e 200 mil habitantes”, que fazem com que “este sector continue a ser uma das principais alavancas da eurorregião”. O objetivo, para o orador, é que haja cada vez mais cooperação entre regiões para um “turismo com mais impacto em todo o território, menos sazonal, diversificado e mais sustentável do ponto de vista ambiental, social e económico, para as empresas, os seus trabalhadores, as populações e todos os que as visitam”.