O acordo visa a disponibilização de recursos técnicos e humanos, bem como os meios logísticos, necessários à implementação de ações de formação nos domínios da pesca, da agricultura e do turismo, a concretizar nos termos de planos anuais de cooperação a acordar entre as partes.

O Presidente da autarquia poveira realçou a caraterização da Ilha do Príncipe como Reserva Mundial da Biosfera tratando-se de algo de “grande importância no mundo o facto de termos espaços onde se pode falar em reserva mundial numa altura em que o consumo das matérias-primas e dons bens naturais é cada vez mais acelerado”.

Aires Pereira salientou também “o espírito que o Presidente do Governo Regional da Ilha do Príncipe demonstra em querer apostar na formação e qualificação da sua população quer na área das pescas, do turismo ou de questões ambientais (já tratadas com a Lipor)”.

Para além disso, o edil destacou a possibilidade de um novo mercado, cerca de 300 milhões de pessoas a 100 Km de distância da Ilha do Príncipe que podem constituir “uma oportunidade para os nossos empresários em setores tradicionais de exportação portuguesa como é caso das conservas e dos vinhos e que podem estabelecer plataformas económicas. A horticultura é também um setor muito importante e do qual a nossa região é uma referência nacional”, constatou, admitindo que esta parceria se revela importante para o nosso tecido económico, abrindo novas janelas de oportunidade. Neste sentido, referiu a importância da diplomacia económica e a sua preocupação e obrigação, enquanto Presidente da Câmara, em estabelecer contactos com novos mercados.

Para breve, está o início de formação na área da pesca, que será dada pela Formar.

O Presidente do Governo Regional da Ilha do Príncipe destacou o setor da pesca artesanal, onde “têm muitas carências” e é “uma prática muito forte de subsistência”.

Na sua opinião, com “a formação para os nossos pescadores, vamos melhorar consideravelmente a sua postura e a própria produção da pesca artesanal no Príncipe”.

José Cardoso Cassandra revelou que “têm um banco de pesca bastante bom, passam, na nossa zona, muitos cardumes de atum”, acrescentando que “é nessa área que queremos todo o apoio e aposta da Póvoa de Varzim com a experiência e conhecimento que cá existe”.

Neste sentido, transmitiu que, em breve, um grupo de dez jovens pescadores do Príncipe virá para a Póvoa para ter formação na Formar e uma equipa da Póvoa irá à Ilha do Príncipe para ajudar a tratarem o peixe. A este propósito, explicou que “temos algumas dificuldades em tratarmos o peixe de forma correta. Não temos um laboratório para certificar o nosso peixe. Se quisermos, de facto, colocar o nosso pescado no mercado estrangeiro, temos que certifica-lo e para isso precisamos de laboratórios e gente certificada para nos apoiar. Esta é outra área na qual a Póvoa de Varzim já se disponibilizou em apoiar o Príncipe”.

O Governo Regional da Ilha do Príncipe também estabeleceu um protocolo com a Lipor que irá “ajudar a resolver o problema dos resíduos. Continuamos a ter lixeiras a céu aberto, algo inapropriado e incorreto para a saúde pública. Este protocolo irá ajudar na recolha e tratamento dos resíduos sólidos”.