Com um comportamento exemplar, as duas cadelas assistiram à assinatura de protocolo que, mais uma vez, o município efetuou com a associação. Este documento assegura a criação de uma Clínica Veterinária que terá como principal objetivo a esterilização em massa. Apenas com esta medida o problema dos animais errantes será resolvido a longo prazo. Dispondo de instalações onde poderá ser criada esta clínica, a Cerca irá ser apoiada pelo município com 17 mil euros para a aquisição do equipamento necessário para as esterilizações e para obras de melhoria do edifício.

O Presidente da Câmara fez questão de elogiar o trabalho desenvolvida pel’A Cerca “na criação de condições de dignidade para os nossos animais e na legalização do local onde perto de 150 cães vivem. Por isso, podemos avançar com tranquilidade e confiança para este desafio proposto pela associação”. Aires Pereira confidenciou a preocupação da Presidente d’A Cerca no que diz respeito às verbas necessárias para a obra e equipamentos, uma vez que o subsídio do município (17 mil euros) cobre metade dos custos. No entanto, o autarca sublinhou que “na Póvoa de Varzim não conheço obras por acabar e cá estaremos para ser um suporte para a Cerca e para resolvermos a questão dos animais abandonados”.

Além de proporcionar a esterilização aos animais abandonados, a Clínica Veterinária irá colaborar com as famílias carenciadas do concelho que não tenham possibilidade financeira de castrar os seus animais.  

“Este é um projeto de responsabilidade mútua e o município tem a obrigação de colaborar com esta associação que não tem fins lucrativos e tem feito um grande esforço para ser uma instituição de referência no país. A Cerca conta com o voluntariado de várias pessoas e é justo que o município colabore com aqueles que dão tanto sem pedir nada em troca”, sublinhou Aires Pereira.

Questionado sobre a Póvoa, além de ser um município amigo das pessoas, ser, agora, um município amigo dos animais, o Presidente da Câmara esclareceu: “uma sociedade só é justa se humanos e animais existirem em comunhão e se todos viverem com condições dignas”.

Já Raquel Nobre explicou que “sem a colaboração da Câmara Municipal, a criação desta Clínica seria apenas um sonho. Com a esterilização em massa pretendemos que, a longo prazo, o nosso concelho não tenha animais errantes. Pretendemos que, além das esterilizações, nenhum animal saia da Clínica sem ser colocado um microchip”. A Presidente d’A Cerca, também ela a trabalhar voluntariamente para a causa, afirmou que as dificuldades financeiras para uma associação sem fins lucrativos são grandes e que a boa vontade dos sócios, voluntários e amigos dos animais é essencial para a continuidade do trabalho desenvolvido: acolher cães abandonados, proporcionar-lhes cuidados médicos, alimentá-los, cuidar da sua higiene e manter um edifício para que não durmam ao relento. Apenas o carinho oferecido – e, também, recebido – pelos voluntários é gratuito.