Em dia de jogo da
Selecção Nacional, os três escritores tinham uma tarefa difícil. Como disse
Luís Diamantino “três excelentes escritores contra um jogo de futebol”. A
literatura venceu este confronto e o público não deixou de comparecer para ouvir
os autores.

Carlos Quiroga foi o
primeiro a falar de Inxalá: Espero por ti
na Abissínia
. O escritor galego contou que “há pessoas reais por trás das personagens
deste livro e, apesar da escrita parecer espontânea, foi muito trabalhada”. O
autor brincou dizendo que “este ano tentei não vir à Póvoa de Varzim, mas ainda
não foi este ano que consegui. Há escritores que são imprescindíveis, mas não é
o meu caso.”

Sofia Marrecas
Ferreira continuou sublinhando que “toda a gente gosta de passar por aqui”,
falando do Correntes d’Escritas, “pela hospitalidade, generosidade e
profissionalismo.” O seu livro, Só por
amor
, é uma “história de mulheres unidas pelos laços de família e pelo
espaço onde vivem, um lugar hostil e solitário.” A capa, uma obra de Paula
Rêgo, foi cobiçada pelo vereador do Pelouro da Cultura que afirmou que apenas
vendo a capa apetece ler o livro. A escritora confidenciou que precisa de
cumprir a rotina de “tentar” escrever durante sete horas por dia, já que por
vezes apenas escreve um parágrafo durante todo esse tempo.

Ana Luísa Amaral,
presença habitual no Encontro de Escritores de Expressão Ibérica e vencedora do
prémio Correntes d’Escritas/Casino da Póvoa 2007, confessou que também gostaria
de ter muitas horas para dedicar à escrita, mas que a profissão – professora na
Faculdade de Letras do Porto – não lhe permite ter muito tempo disponível. No
entanto, para a poetisa escrever, e escrever à mão, é uma necessidade física. Elogiando
o trabalho realizado pela autarquia no que concerne o Encontro Literário, Ana
Luísa Amaral deixou a promessa de voltar à Póvoa de Varzim para novas
conversas, novos lançamentos e novos debates em torno da literatura.