Esta data – e os dias de luto e miséria que se sucederam à morte de mais de 100 pescadores no mar – constitui um marco doloroso na história da comunidade piscatória da Póvoa de Varzim. Foi, aliás, após este acontecimento que se criou o Instituto de Socorros a Náufragos (ISN) em Portugal.

O Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim esteve presente nesta cerimónia simbólica, organizada pelo Centro Ocupacional da Lapa (COL), e que contou com vários momentos comoventes: a recriação do luto, a atuação do Coro Capela Marta, a declamação de um poema de António Nobre por Aurelino Costa e, ainda, a pintura em tempo real de um quadro alusivo à tragédia por Marcelino Benta.

Aires Pereira relembrou que a Póvoa de Varzim é feita disto mesmo “do luto da mulher poveira” que, em terra, tem que arregaçar as mangas para compensar a espera de algo que o mar já não vai mais trazer de volta. Mas, referiu, também somos feitos “da união e do respeito por todos aqueles que, com a Camisola Poveira vestida, morreram enquanto trabalhavam para construir a Póvoa que temos hoje”.