Durante um ano e meio, uma vez por mês, membros de ambas as equipas irão deslocar-se ao MAPADI, sem custos, para colocar em prática nos utentes da instituição uma Terapia Assistida com Animais. No sábado, dois treinadores, Marco Silva e Rui Vilaça, estiveram no MAPADI para uma sessão de sensibilização e onde foram explicadas as diferentes modalidades de terapia assistida, metodologias de treino, história das TAA, benefícios dos cães como instrumento terapêutico e bem-estar e stress dos cães.

Lucinda Delgado, Vereadora do Pelouro do Desenvolvimento Socioeconómico, esteve presente nesta sessão de sensibilização e afirmou que “a história da organização da sociedade é marcada por um processo contínuo de criação e recriação de catalogação das pessoas. Tendo em conta os fatores económicos, sociais, culturais e históricos, o ser humano constrói a sua identidade nas relações que estabelece consigo mesmo e com os outros”. A autarca sublinhou que “as sociedades sempre tiveram elos frágeis: os pobres, os desempregados, os deficientes. Felizmente, o mundo desenvolveu e a aceitação da deficiência é cada vez maior devido ao aparecimento de novos pensamentos e mentalidades. Um deficiente deve ser considerado um cidadão, isto é, um indivíduo que pode gozar dos seus direitos civis, políticos, económicos e sociais de uma sociedade, assim como deve cumprir os seus deveres para com esta”.

Lucinda Delgado acrescentou que “é a isto que, felizmente, assistimos nas muitas Instituições de Solidariedade Social existentes no concelho da Póvoa de Varzim: Santa Casa da Misericórdia, A Beneficente, Instituto Maria da Paz Varzim, As Zitas, Instituto Madre Matilde, Centro Social Bonitos de Amorim, Centro Social de Bem Estar de S. Pedro de Rates, Centro Paroquial de Terroso, a Casa do Regaço e, claro, o MAPADI, talvez o projeto em que mais se empenhou a sociedade civil poveira”.

Sobre esta ação no MAPADI, a autarca explicou que “todos sabemos que os animais são sinceros, não nos julgam por aparência física, não fazem cobranças, não precisam de riqueza e luxo, apenas esperam por alimento, carinho e amor e retribuem com um amor incondicional, podendo até falecer com tristeza pela partida do seu dono. Na terapia assistida por animais privilegia-se a interação homem e animal, oferecendo aos pacientes diversos estímulos (táteis, visuais, olfativos, auditivos), o que acelera a sua recuperação”.

Os treinadores Marco Silva e Rui Vilaça explicaram o que é a Terapia Assistida com Animais (TAA): consiste num método interventivo e/ou terapêutico em que se utiliza o animal (cão, gato, cavalo…) como objeto de terapia, método terapêutico alternativo à intervenção em clínica. A TAA consiste também na promoção da melhoria de aspetos gerais de foro social, cognitivo, motivacional e até emocional. Procura-se com esta intervenção oferecer ainda estímulos diversos ao paciente (tácteis, visuais, olfativos, auditivos…); trabalhar a questão das regras e limites (para hiperativos,
por exemplo); promover a autoestima e autoconfiança; trabalhar a motricidade; trabalhar questões relacionadas com motivação, concentração e atenção; promover a socialização, entre outros benefícios que desta poderão advir.

A TAA pode destinar-se a todas as pessoas, desde crianças, jovens, adultos e idosos, podendo os seus campos de aplicação incluir-se em terapias de reabilitação em pacientes portadores de deficiências físicas ou perturbações do comportamento bem como, destinar-se a crianças que careçam de formação e educação em desenvolvimento. Crianças com diagnósticos de atraso no desenvolvimento, deficiência visual e auditiva, síndroma de Down, paralisia cerebral, deficiência mental, distúrbios de aprendizagem, paralisia cerebral, psicoses, autismo, depressão, entre outros, encontram-se também indicadas para este tipo de terapia.

Depois desta ação de sensibilização, que decorreu de manhã, utentes do MAPADI puderam estar com dez cães e usufruir da sua companhia. Alguns exercícios foram feitos e houve, até, quem deixasse de ter medo de cães.