O espetáculo, que inicialmente estava previsto ser apresentado nos dias 15 e 16 de outubro, acabou por também subir ao palco na sexta-feira, 17, devido à elevada procura do público.

De facto, o elenco, constituído por António Fagundes, Bruno Fagundes, Guilherme Magon, Arieta Correa, Eliete Cigaarine e Maíra Dvorek, atuou perante casa cheia, nas três noites, sendo que o espetáculo do dia 16 contou com a participação das intérpretes de Língua Gestual Portuguesa Ana Sofia e Paula Teixeira. 

“Tribos” é da autoria de Nina Raine que, de uma forma divertida e politicamente incorreta, usa a personagem de um deficiente auditivo para questionar as diversas limitações do  ser  humano.  Quem será mais surdo? Aquele que não consegue “calar-se” o tempo suficiente para entender uma realidade diferente da sua, ou, aquele que fisicamente é incapaz de receber estímulos auditivos? Existirá surdez maior que o preconceito, o orgulho, a ignorância, o egoísmo ou a falta de amor?

Billy  (Bruno  Fagundes)   nasceu  surdo  no  seio  de  uma  família  sem deficiências auditivas.  Foi criado dentro de um casulo ferozmente idiossincrático e politicamente correto, adaptando-se brilhantemente ao comportamento pouco convencional da sua família. Mas quando Billy conhece Sylvia (Arieta Correia), uma  jovem  mulher prestes  a  ficar  surda,  conhece  uma  nova realidade.  Este será o ponto de  viragem  que  o  colocará,  assim  como  ao  público,  perante  a dúvida do que realmente significa pertencer a algum “lugar”.

Terminada a atuação, o elenco volta a palco para uma conversa de alguns minutos com o público e com o propósito de alertar para o facto de a sociedade estar cada mais cega e surda. Estarmos uns para os outros é apenas uma questão de disponibilidade, advertiu António Fagundes.

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