O evento “Empreendedorismo e Inovação Social como instrumento para a inclusão”, a decorrer ao longo de todo o dia, no Auditório Luís Soares, é uma iniciativa no âmbito do Projeto Europeu “I.G.A. – Inter Gera Ação”.

O primeiro debate, durante a manhã, debruçou-se sobre o tema “O Papel do Poder Local na promoção do Empreendedorismo e Inovação Social”, onde foram parceiros de intervenção: Andrea Silva, Vereadora da Coesão Social; Elisa Ferraz, Presidente da Câmara de Vila do Conde; Manuel Pizarro, Vereador da Habitação e Ação Social da Câmara Municipal do Porto; e António Tavares, Provedor da Santa Casa da Misericórdia do Porto.

A primeira a intervir foi Elisa Ferraz, que referiu que a “crise abriu espaço para a criatividade”, aproveitando para dar o testemunho de alguns casos concretos de empreendedorismo social no município, como a formação de associações e IPSS’s vocacionadas para apoiar deficientes mentais (uma inovação após o 25 de Abril de 1974) e a criação do projeto CLDS – Contrato Local de Desenvolvimento Social – de que resultaram iniciativas de sucesso.

Andrea Silva começou por lembrar que a criação da própria ESEIG deveu-se à iniciativa empreendedora das duas autarquias, Póvoa de Varzim e Vila do Conde, como forma de fomentar a partilha de conhecimento enriquecendo o capital humano da região. Além disso, o “empreendedorismo está na moda, embora mais centrado nos jovens, que se deparam com um ambiente de grande crise, sendo necessário que a nova geração consiga apreender uma nova forma de analisar os problemas e perspetivar soluções inovadoras”, referiu a Vereadora, adiantando que o município poveiro tem um olhar atento e orientado para o empreendedorismo empresarial, colocando ao dispor dos munícipes benefícios fiscais, como “isenção do pagamento de derrama a empresas que se queiram instalar no concelho, e a criação do Gabinete Investemais (em 2008) para apoiar os empresários locais”.

Manuel Pizarro anunciou que o município do Porto vai lançar em breve o programa Cidade Solidária e Empreendedora e defendeu a necessidade de uma reformulação da rede social. Já o Provedor da Misericórdia do Porto, António Tavares, referiu a importância de se promover a “independência das instituições na angariação de recursos” e da necessidade de haver “regras mais transparentes na assunção de responsabilidades nas parcerias que se estabelecem”. O Provedor salientou ainda que uma das preocupações de atuação da Santa Casa é “a interação com a autarquia”, no sentido de uma “gestão eficaz dos recursos no mesmo território, evitando a duplicação de intervenções”.