O livro vai reunir poemas e
outros inéditos de gente que escreveu sobre a Póvoa e de poveiros que
escreveram sobre a sua terra.”
Miguel Louro, médico de profissão,
nascido na Póvoa, tem na fotografia a sua paixão e são as suas fotografias que
aparecem lado a lado com os poemas de Mário Dias Ramos neste Quatro Estações,
que foi apresentado este sábado, no Diana Bar. Como ele próprio explicou, “este
livro surge de uma oferta de seis poemas inéditos que o Mário Dias Ramos me fez
há uns anos. Esses poemas comoveram-me profundamente e foi a partir deles que
lancei o desafio ao Mário para fazermos este livro.”

Recorrendo a versos curtos, que compõem
poemas também eles curtos, onde se condensam sentimentos e ideias, Mário Dias
Ramos viaja entre a Primavera e o Outono, estabelecendo o paralelo entre as
estações do ano e as etapas da vida, entre o nascimento e a morte. E é a morte
que mais marca o discurso de Mário Dias Ramos, que não hesitou em afirmar que
os seus são “os poemas do pôr-do-sol, os poemas do final.”

Quatro Estações começa com a mensagem de esperança
e de vida da primeira estação do ano, “Primavera: a primeira andorinha faz
ninho na pupila dos teus olhos”, e termina com o fechar do ciclo, no Inverno,
nos tons mais frios da linguagem e das fotografias que a acompanham.

Jornalista, poeta, escritor e realizador de
cinema e televisão, Mário Dias Ramos nasceu na Maia, em 1935, a sua infância e
juventude decorreu, no entanto, em Viana do Castelo e, em 1959, publicou ali o
seu primeiro livro: “Oito poemas para a nova madrugada”, apresentado pelo
escritor Jorge de Sena e que viria a ser apreendido pela pide, naquele ano. Em 1962 publicou o
seu primeiro romance, “O Logro”, integrado no movimento francês do “nouveau roman”,
que liderou em Portugal, com Alfredo Margarido e Artur Portela. Numa vida
profissional preenchida e diversificada, Mário Dias Ramos encontrou sempre
tempo para a literatura e para a poesia.

Médico, natural da Póvoa de Varzim, onde nasceu em 1955, Miguel Louro
manteve sempre vivo o seu amor pela fotografia e fez várias exposições
individuais e colectivas, no país e no estrangeiro. Colaborou em diversas
actividades recreativas e culturais, tendo sido fundador e director da
Associação de Fotografia e Cinema de Amadores de Braga, promoveu vários salões
nacionais de fotografia, de onde nasceram os “Encontros da Imagem”.