Barco Poveiro

Catraia

Divina Providenssia

Madeira, metal, tecido e cordame

Século XX (meados)

Coleção MMPV – EMB. 0004

 

As embarcações tradicionais poveiras têm como caraterísticas básicas o seu formato dito de “boca aberta” e um velame munido de uma enorme vela latina. Mantendo sempre o mesmo formato, estes barcos variavam entre 3 e 13 metros de comprimento o que justifica a atribuição de diferentes designações: caíco, catraia, batel e lancha.

Estas variações refletiam as posses dos seus proprietários e associavam-se, igualmente, a distintos objetivos de pesca. Os donos das lanchas (lanchões) estavam no topo da hierarquia da comunidade e as suas embarcações eram as mais aptas para deslocações ao mar alto, o que que significava a captura de espécies de maior valor comercial, como a pescada. Os barcos mais pequenos ficavam limitados à pesca costeira, tendo a sardinha como principal fonte de rendimento.

Durante os séculos XVIII e XIX, a Póvoa albergou a maior comunidade piscatória do país e os seus homens corriam a costa, desde Aveiro à Galiza, nestas embarcações rudimentares. Até meados do século XX este foi o modelo de eleição dos pescadores locais. Para o seu sucesso contribuíram as boas condições de navegabilidade e uma grande robustez, aguentando sem deformação anos de faina no mar e o esforço extra do “Ala-arriba” e “Bota-Abaixo”, associado ao varar dos barcos no areal.