Retábulo do Oratório do “Solar dos Carneiros”
Século XVIII (2.ª metade?)
Talha dourada e policromada.
Sala da Capela da “Casa dos Carneiros”
Museu Municipal de Etnografia e História da Póvoa de Varzim (desde 1937)
Belo retábulo, com mármores fingidos, que reflete um gosto delicado e aristocrático, ainda de espírito “rocaille” (com as linhas curvas da mesa de altar em forma de sarcófago abaulado, os mármores “fingidos”, aliadas a uma leveza e elegância decorativa), mas já com elementos estruturais e decorativos neoclássicos (colunas brancas estriadas, secções de entablamento retilíneos, urnas e finas grinaldas), lembrando os retábulos lisboetas da época “pombalina” (terceiro quartel do século XVIII).
As portas duplas que protegem o “oratório” permitem, quando abertas, que toda a sala contígua seja utilizada como a “nave” de uma capela, ou, ao serem fechadas, protegem este lugar sagrado, facilitando o uso profano desta sala do andar nobre da casa.
Em 1825, numa “Visitação” realizada, em representação do Bispo, pelo Pe. Francisco Félix Brandão da Veiga (neto do capitão da Fortaleza da Póvoa, na 2.ª metade do Século XVIII, Francisco Félix da Henriques da Veiga Leal), refere-se que “Ha em caza de Donna Francisca Henriqueta desta villa, hum Oratório, esta decente e ornado e aparamentado”.
Na Visitação de 1845, este Oratório é, de novo, “o único que há nesta freguesia”, sendo proprietário o “Illmo S.r Francisco Vellho d’ Azevedo”.
A “Casa dos Carneiros” (também conhecida como “Solar dos Carneiros”, “Casa dos Viscondes de Azevedo” e Museu Municipal) foi mandada construir por Manuel Carneiro da Grã Magriço, filho de Dona Benta da Casa de Balasar (1758), o qual casou com uma senhora burguesa da Póvoa, de nome Maria José Lopes Correia da Fonseca e Faria, que herdara a casa de seus pais na rua da Amadinha.