Durante a sessão de abertura, Marcelo Rebelo de Sousa explica a necessidade imperiosa de efectuar uma apertada triagem nos livros que divulga, salientando os escritores que se exprimem em língua portuguesa.

Marcelo Rebelo de Sousa considera este encontro como sendo de importância máxima sobretudo por se situar fora de Lisboa.

 
MRS – Os livros são essenciais porque podem mudar a vida de uma pessoa. Podem criar, por exemplo, o desejo de conhecer novos países, novos horizontes ou experiências – como os livros de Júlio Verne que aprofundaram o meu conhecimento da língua francesa ou os de Lawrence Durrell sobre as ilhas gregas…

 
CE – E quais os autores de língua portuguesa que mais o cativam?

 
MRS – São muitos! A Agustina, quando estou nos meus dias mais calmos, o Lobo Antunes pelo”choque” – gosto muito dos relatos dele sobre África. Gosto das provocações de Saramago, sobretudo de algumas das suas obras históricas como A História do Cerco de Lisboa e O Memorial do Convento. Passando à “gente mais nova” gosto de José Luís Peixoto e Gonçalo M. Tavares…

Depois, nos países africanos de expressão portuguesa, gosto de Mia Couto – descobri agora a poesia dele! – e de José Eduardo Agualusa. Não há qualquer regra! Tanto apetece um como outro…

 
CE – E as próximas leituras do Professor Marcelo…

 
MRS – Alguns livros no domínio do ensaio político, sobre o fim da monarquia e o início da República em Portugal… a descolonização, A ida da corte para o Brasil. Ah…! E gostava de conhecer melhor o Pamuk (Orhan). E também alguns autores em castelhano…

 
CE – Como Pérez-Reverte?

MRS – O Pérez-Reverte é espectacular! E Laurent Gaudé com “O El-Dorado”… É muito difícil dizer o que vou ler nos próximos tempos…