O Cine-Teatro Garrett encheu para a Conferência de Abertura da 24.ª edição do Correntes d’Escritas, que teve como convidado Manuel Sobrinho Simões, médico, professor emérito da Universidade do Porto e especialista em diagnóstico e investigação em cancro com ênfase em oncobiologia e cancro da tiróide.
Numa conversa moderada por José Carlos Vasconcelos, Manuel Sobrinho Simões abordou a coexistência da “Ciência e Cultura” e revelou que aprende mais “em romances que em tratados de medicina” e que uma área não subsiste sem a outra. A ciência tem como missão “ajudar as pessoas” e para essa missão ser bem-sucedida é necessário relevar a saúde mental.
Exemplificando com o seu objeto de trabalho – a doença oncológica – o vencedor do Prémio Pessoa e laureado com a Medalha de Ouro do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior sublinhou que para compreender a doença é necessário, primeiro, entender a natureza e a humanidade e o melhor caminho é através da cultura.
“Só conseguimos aprender quando convivemos com pessoas de outras características e outras realidades e a leitura é o veículo ideal para essa compreensão”. Aprender para partilhar conhecimento, como se verificou com a descoberta dos genes, o “evento mais marcante da cultura científica”.
Para Manuel Sobrinho Simões a “ciência pura e dura” está condenada a ser substituída pelas ciências sociais e de humanidade, num caminho de preocupação “com a saúde ao invés da doença”, uma “evolução científica sensível” que priorize “o nós em vez do eu”.
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