O Cine-Teatro Garrett é ponto nevrálgico deste Encontro pelo 2º ano consecutivo mas a organização pretende fazê-lo ecoar por toda a cidade e até concelho.

O Vice-Presidente e Vereador da Cultura, Luís Diamantino, transmitiu que “este ano, tivemos a preocupação de trazer mais um dia as pessoas ao centro da cidade, tê-las cá e fazer com que transbordem do Cine-Teatro Garrett para a rua e vice-versa. Criamos mais um espaço de estar na zona urbana com uma tenda que vai albergar a Feira do Livro e fará a ligação ao Garrett”.

Neste sentido, irá também “espalhar a exposição “Rostos” de Helder de Carvalho por toda a cidade, sobretudo no centro histórico e comercial, para fazer com que as pessoas se desloquem e procurem a exposição nas montras das lojas”.

Para além disso, haverá “Leituras sobre Rodas” BMCar, dando “oportunidade de, através de um miniautocarro, todos os que quiserem participar numa visita cultural pelo concelho usufruírem de uma viagem com poesia e com conhecimento do que é a Póvoa de Varzim”.

Sem esquecer que são três vozes transeuntes nas ruas da poesia que, a 23 de fevereiro, anunciam o Correntes com leituras poéticas pela cidade.

Também fora do Garrett, a 23 de fevereiro, na Fortaleza de Nossa Senhora da Conceição, serão lançados dois livros: o Dicionário de Eça de Queiroz, 3ª edição ilustrada, revista e ampliada, organizada e coordenada por A. Campo Matos, IN-CM com a presença do autor e apresentação de Isabel Pires de Lima, às 17h00, e Não há tantos homens ricos como mulheres bonitas que os mereçam, de Helena Vasconcelos, às 18h00.

Durante o evento serão apresentados mais de uma dezena de livros, alguns projetos e uma antologia.

A Sessão Oficial de Abertura, com a presença do Ministro da Cultura, João Soares, vai realizar-se a 24 de fevereiro, no Casino da Póvoa. Será, como habitualmente, momento de revelação dos vencedores dos Prémios Literários 2015 (Casino da Póvoa; Correntes d’Escritas Papelaria Locus; Conto Infantil Ilustrado Correntes d’Escritas Porto Editora e Fundação Dr. Luís Rainha Correntes d’Escritas) e ainda do lançamento da Revista Correntes d’Escritas 15, com dossiê dedicado a António Lobo Antunes.

Já no Cine-Teatro Garrett, às 15h00, José Tolentino Mendonça irá proferir a Conferência de Abertura. Sobre este convidado, Luís Diamantino transmitiu que “José Tolentino Mendonça é um escrutinador da sociedade atual. Ele procura, no seu estudo da sociedade, dar respostas, abrir caminhos, filosofar e fazer refletir que é algo que fazemos muito pouco, cada vez menos. Faz-nos refletir sobre o momento que estamos a viver. É isso que nos faz descobrir outros caminhos com o Tolentino Mendonça. Para além de ser um escritor que utiliza muitas metáforas e alegorias que nos levam para vários caminhos. Vamos ter, com certeza, uma Conferência singular”.

Já são mais de 80 os escritores convidados para o 17º Correntes d’Escritas, representando 11 países. O Vice-Presidente reconhece que “é muito complicado para a organização ter que selecionar tanta gente boa, tantos bons escritores como nós temos. É difícil porque cada vez há mais gente a querer vir ao Correntes d’Escritas”.

Durante quatro dias – de 24 a 27 – irão decorrer, na sala principal do Garrett 11 Mesas. “Em média, 10 mil pessoas passaram pelo 16º Correntes d’Escritas. Durante as Mesas, há pessoas sentadas no chão, nos corredores, nas escadas, por todo o lado… A sala de atos estava cheia com pessoas a assistirem à emissão das mesas nos ecrãs”.

Luís Diamantino transmitiu que “sentimos que há um crescendo enorme de participantes no evento porque o público do Correntes d’Escritas também participa com os escritores, faz perguntas e está em contacto direto com os convidados. Não há estrelas no Correntes d’Escritas” e é, isto, que faz com que já exista a “família Correntes”.

O Vereador da Cultura constatou que “há cada vez mais jovens que procuram o Correntes. Jovens que há 17 anos tinham 14/15 anos e receberam escritores na sua escola, agora, também estão aqui. É sinal que o evento lhes despertou o interesse pela literatura, pela leitura, pelo livro…”.

E porque o Correntes não é só literatura mas reúne diversos tipos de arte, desde a música – concerto comentado com António Victorino d’Almeida e Miguel Leite –, à fotografia – exposição fotográfica “O Mundo de Lobo Antunes”, de Ana Carvalho; apresentação de fotografias de Daniel Mordzinski e estúdio de luz natural de Alfredo Cunha – e à escultura – exposição de Helder de Carvalho –, passando também pelo cinema – O Quarteirão de Jorge Vaz Gomes a partir da coleção “O Bairro” de Gonçalo M. Tavares e A Morte de Carlos Gardel, de Solveig Nordlund baseada na obra homónima de António Lobo Antunes.

Consulte o programa do 17º Correntes d’Escritas e junte-se a esta família cada vez mais numerosa.