Em cortejo, apresentando-se com a respetiva lanterna e traje tradicional, centenas de pessoas avançaram da Praça do Almada até à Igreja da Lapa, em evocação do naufrágio de 27 de fevereiro de 1892, data tristemente célebre e gravada de forma indelével na memória coletiva poveira. Chegados à Igreja da Lapa, a multidão assistiu a uma reencenação promovida pelo Grupo de Teatro dos Leões da Lapa.

A lembrança do naufrágio das quatro lanchas e dos 69 tripulantes que pereceram nesse dia remete-nos para uma das páginas mais negras da nossa história trágico-marítima, mas tem como contraponto o espírito combativo e solidário com que o pescador poveiro fazia frente aos reveses da Natureza. Foi essa força que moldou a fibra dos nossos heróis, dos muitos recordados e de tantos outros caídos no esquecimento. Entre eles conta-se como figura maior a de José Rodrigues Maio, o “Cego do Maio”, personagem ímpar do qual continuamos a celebrar os 200 anos do seu nascimento, precisamente no seio da Comunidade da Lapa.

A iniciativa, presidida pelo Pároco da Lapa, Padre Nuno Rocha, contou com a presença do Vice-Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Luís Diamantino, do executivo camarário, do Presidente da União de Freguesias Póvoa de Varzim, Argivai e Beiriz, Ricardo Silva, e dos utentes do Centro Ocupacional da Lapa (COL).

Com o intuito de preservar a memória das nossas origens e a força da nossa identidade coletiva, o COL promoveu igualmente uma conferência sobre a história do Instituto de Socorros a Náufragos (ISN) e a tragédia marítima de 27 de fevereiro de 1892.

Presentes nesta iniciativa, realizada no inicio da tarde de ontem, estiveram o Diretor do ISN, José António Velho Gouveia, o Comandante das Capitanias dos Portos da Póvoa de Varzim e Vila do Conde, José Manuel Marques Coelho, o Vice-Presidente da autarquia poveira, Luís Diamantino e a Vereadora do Pelouro da Coesão Social, Andrea Silva.