Pela primeira vez, Portugal recebeu um evento que resulta totalmente da cooperação entre diversas agências ibéricas, composto por oito propostas musicais provenientes de várias latitudes e com linguagens artísticas bem distintas. Os concertos, com a duração de 50 minutos, distribuíram-se pela Sala Principal, Café Concerto e Sala de Ensaios. O primeiro espetáculo foi às 18h00, com Fado Violado, que partem da tradição, mas o seu cunho ibérico leva-os a transformar e recriar o fado, dando-lhe a densidade e as cores do Flamenco, obviamente sem esquecer a mágica e melancólica Lisboa. À voz de Ana Pinhal e à viola de Francisco Almeida, são somados músicos e instrumentos ao vivo. Às 19h00, tivemos Ida Susal, natural das Ilhas Canárias. O seu estilo denominado “Mestizaje de Autor” apresenta-nos um repertório repleto de cumbia, reggae, ritmos cubanos e brasileiros, e ainda música popular das canárias. Às 20h00, subiu ao palco da sala principal o trio Sumrrá. Com 15 anos de carreira e cinco discos editados, o trio é considerado uma das novas referências do jazz contemporâneo, com tournées realizadas nos quatro continentes. Às 21h00, atuou o multi-instrumentista, compositor e poeta Mû Mbana, natural da Ilha de Bolama, na Guiné-Bissau, e às 22h00, Guadi Galego, uma das artistas mais relevantes da cena musical galega. Pelas 23h00, Davide Salvado que se tem dedicado, nos últimos anos, à recolha dos ritmos e danças mais ancestrais num périplo pelas aldeias galegas. O músico apresentou-nos o seu disco a solo Lobos que nos mostra uma Galiza pura e selvagem. À meia-noite, os quatro elementos do Galandum Galundaina apresentaram um repertório vocal e instrumental na herança do cancioneiro tradicional das Terras de Miranda.

Forró Miór protagonizou a última atuação do M.A.R.. Partem do forró brasileiro mas daí mesclam-no com outras influências musicais como a cumbia, a milonga, o swing, o samba e o jazz latino.