João Paulo Borges Coelho falou sobre A Cidade dos Espelhos, uma cidade arruinada e apática dominada pelo medo ( terá havido uma guerra?). Um grupo de três terroristas consegue perturbar a «paz envenenada» desta cidade, mas é perseguido e neutralizado. Será o fim da última esperança de uma Cidade que já teve nas suas gárgulas o símbolo da sua opulência?

João Paulo Cuenca descreve, desta forma, O Único Final Feliz Para Uma História de Amor é Um Acidente. Descobri a Sala do Periscópio no porão alguns anos depois de os meus sentidos começarem a perseguir as mulheres. Nela, organizadas por data e hora, estão gravações clandestinas dos meus primeiros encontros sexuais em motéis de Shibuya, e também de conversas, discussões e reatamentos em jantares, passeios e tardes da minha adolescência. Com o tempo, embarquei no submarino com meu pai e juntos passamos a navegar atrás do nosso objeto de estudo pela cidade das pessoas invisíveis, pela cidade onde gente de toda a nossa grande nação japonesa vem para ser esquecida, pela cidade assimétrica que carrega em si todas as outras e nenhuma delas. Nesses momentos, o Sr. Lagosta Okuda diz em seus sonhos palavras que entram nos meus: — Um dia você entenderá que o único final feliz possível para uma história de amor é um acidente sem sobreviventes. Sim, Shunsuke, meu estorvinho, meu pequeno fugu idiota: um acidente sem sobreviventes.