Esta sessão contou com a presença da autora, Margarida Santos e do Vice-Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Luís Diamantino.

Segundo a especialista, “o interesse deste livro ultrapassa o âmbito regional para se tornar nacional e internacional, pois não só dá ênfase à história da Escultura modelada dos últimos cem anos em Gaia, formada por considerável número de escultores que são referências nessa Arte dos séculos XIX e XX em Portugal, como se justifica pelo facto de estarem sediadas em Gaia as fundições de bronze artístico onde têm sido feitas a quase totalidade das Obras de Estatuária em Bronze, mas sobretudo e também porque dá a conhecer ao grande público o lado processual executivo das esculturas, desde a sua concepção e criação pelos artistas até à sua fruição”.

“Do barro ao bronze, assim nasce uma escultura” divulga a Escultura nas suas motivações, princípios, metodologias, tecnologias e destinos.

Margarida Santos nasceu em 1946, em Canelas, Gaia. Frequentou e concluiu os Cursos de Pintura Decorativa e o da Secção para Belas Artes na Escola de Artes Decorativas Soares dos Reis no Porto, em 1963.

Distingue-se como escultora do bronze, uma arte antiquíssima, onde imprime a sua impressão digital e o seu olhar contemporâneo. As suas obras afirmam um estilo pessoal facilmente reconhecível. Produz um trabalho singular de cariz humanista, que valoriza o corpo humano, que dificilmente se pode integrar em correntes estéticas conhecidas, antes faz o seu próprio caminho, contaminado embora pelas influências próprias dos grandes artistas escultores. No seu trabalho escultórico os corpos são estilizados e depurados, muitas vezes andróginos, com acabamento polido, em que os braços ficam adoçados ao corpo, nunca são cortados, fazem parte de composições que valorizam as formas e lhes dão consistência, força e harmonia. A sua concepção filosófica consiste em que nas relações amorosas os braços são extensões do corpo, que reclamam o sentido da posse do outro, considerando que ninguém pode ser considerado o objecto de ninguém, pois todos são livres e donos do seu próprio corpo. Os seus corpos vivem de leveza e liberdade, de forma e luz, de força e movimento. Libertos do sentido da posse expandem-se com sensualidade e erotismo, muitas vezes levados ao extremo. Os seus temas predilectos são a Mulher, o Amor, a Dor, a Dança, a Poesia, a Música, a Beleza, trabalhados num caldo em que fervilham as emoções e os sentimentos que atravessam as relações humanas.