Sob o tema “Conta-me um conto”, Cristina Norton, Ondjaki, Rui Grácio e Vergílio Alberto Vieira reuniram-se esta manhã no Diana Bar perante uma plateia de 125 alunos das EB 1 nº 2 dos Sininhos, nº 3 do Desterro, nº 1 de Refojos – Aver-o-Mar e nº 1 Praça – Rates.

Rui Grácio fez uma pequena apresentação baseada no texto da sua nova obra Olá, eu sou um Livro, e que será apresentado hoje, às 17h00, na Casa da Juventude. Com ela, as crianças partiram à descoberta do livro, através da personagem Emília, que depois de conhecer um livro esquecido numa estante entre muitos outros, o decidiu levar para casa. Uma lição para os mais novos que o ouviam atentamente, e a quem Rui Grácio explicou ainda a importância da sensibilidade não só para a leitura, mas também para a vida.

Também Cristina Norton aproveitou uma das suas obras infanto-juvenis para falar com os alunos. Um Barco de Chocolate foi o ponto de partida para a visita de muitos contos que a autora escreveu, transportando os alunos para um mundo de magia, sempre presente na literatura infantil. De nacionalidade argentina, a viver em Portugal há vários anos, mas com raízes um pouco por todo o mundo, Cristina Norton explicou que Um Barco de Chocolate é mais do que o nome do livro, é uma recordação da sua infância, pois seu pai dizia que um dia iriam viajar para a Europa num barco de chocolate.

O riso e as gargalhadas chegaram com a intervenção de Ondjaki, que questionou os alunos sobre qual era o conto mais curto do mundo.  “O conto mais curto do mundo é este: Era uma vez… e acabou”, desvendou, explicando depois que neste conto há espaço para muito mais, pois podemos acrescentar elementos à história, saber o que aconteceu e como acabou. Foi este o ponto de partida para os alunos construírem os seus próprios contos, partindo apenas de uma palavra. De conto mais curto do mundo, a estória ganhou conteúdo, imaginação, através da interacção com os alunos. “Escrever um conto é aumentar o que vimos, o que ouvimos e o que sonhamos”, concluiu.

Da mala de Vergílio Alberto Viera saltou um sol e na mesa nasceu uma flor para acompanhar a leitura de um conto sobre a Abelha Giroflé. O conto foi desvendado em primeira mão para os alunos presentes, pois faz parte de um livro que ainda não foi lançado e que Ondjaki irá ilustrar.

Seguiram-se as perguntas por parte dos alunos, que perderam a timidez e até poemas declamaram. Assim, ficaram a saber que Ondjaki gostou muito de escrever Ynari, a menina das 5 tranças (livro que todas as crianças conheciam) e que o seu nome verdadeiro não é Ondjaki, antes outro que é segredo indesvendável. Souberam também que Rui Grácio começou a escrever em 1993, que Cristina Norton escreve contos infantis porque, já depois de os filhos crescidos, sentiu necessidade de escrever para outras crianças e que Vergílio Alberto Vieira deve a seus pais a sua dedicação à escrita, pois incentivaram-no à leitura quando ainda era muito novo.

Terminadas as perguntas, foram muitas as crianças que, de livros na mão, esperaram pelos autógrafos dos escritores.

Devido ao grande número de inscrições para participar nesta actividade, foi agendada uma outra mesa para esta tarde, às 15h00, na EB 2/3 de Campo Aberto de Beiriz, que reunirá alunos daquele agrupamento de escolas primárias. Nessa mesa participarão Ana Paula Tavares e Rui Grácio.