Chegou oficialmente ao fim, na passada segunda-feira, a 25.ª edição do Correntes d’Escritas. Uma edição comemorativa deste que é o maior evento literário da Península Ibérica - na qual já foram lançados mais de 500 livros e por onde passaram, ao longo dos anos, mais de 200 mil pessoas - e que culminou, como é habitual, numa iniciativa descentralizada que decorreu em Lisboa, no Instituto Cervantes.
O Vice-Presidente da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim, Luís Diamantino, presidiu à sessão de encerramento que decorreu, no Cine-Teatro Garrett, com palavras de gratidão pelo contributo de todos para que este seja, mais um ano, um evento cultural de referência a nível nacional e internacional.
Procedeu-se à entrega dos prémios aos vencedores dos concursos literários, anunciados na Sessão de Abertura. Fernanda Melchor, a grande vencedora do Prémio Literário Casino da Póvoa, com o livro Temporada de Furacões, foi premiada com 25 mil euros e uma réplica da Lancha Poveira, da parte do Município da Póvoa de Varzim.
A vencedora do Prémio Literário Fundação Dr. Luís Rainha Correntes d’Escritas 2024, no valor de dois mil euros, foi Gisela Cristina Ribeiro da Silva, que concorreu com o pseudónimo de Virgínia do Mar, com o trabalho Porque da Neblina não Caem Lágrimas. O Prémio Literário Correntes d’Escritas Papelaria Locus, foi entregue a Carlos Cortez Fonseca Matos, que concorreu com o pseudónimo de Abélio Carimbo, com o conto O Piano.
O Prémio Luis Sepúlveda, resultante da parceria entre o Correntes d’Escritas e a Porto Editora, distinguiu os autores dos seguintes trabalhos: “Vitória, Vitória” do 4º A da Escola Básica José Manuel Durão Barroso, de Armamar, em primeiro lugar; “O segredo do Leão” do 4º ano da Escola Básica de Rates, Póvoa de Varzim, em segundo; e, por fim, “O Vizinho da Horta” do 4º CVP da Escola Básica do 1.º Ciclo, de Venda do Pinheiro, alcançou o terceiro lugar. Foram, igualmente, atribuídas menções honrosas aos textos “Uma Amizade Intergaláctica”, do 4º A do Colégio Paulo VI, de Gondomar, e “A Sardinha: uma história de vida” do 4º C da EB Padre Manuel de Castro, de S. Mamede de Infesta, e à ilustração “Um País chamado Igualândia” do 4º B do Colégio Paulo VI, de Gondomar.
A preceder a Sessão de Encerramento, o Cine-Teatro Garrett acolheu a Mesa 11, com o tema E um verso em branco à espera de futuro, presente em No teu poema, música de José Luís Tinoco. Com moderação de Maria Flor Pedroso, Germano Almeida sublinhou que apesar de “falarmos e praticarmos a liberdade”, “insistimos em sistemas elementares de opressão” e devemos fazer “de tudo para que marcos como o 25 de Abril não morram”. Hélia Correia “afastou as cortinas do conforto e encarou a verdade daquilo que acontece” e, “com coragem e atenção”, desvendou que “as canções já não cantam, balbuciam e as páginas perderam a cor”.
Para José Eduardo Agualusa os livros são “instrumentos de reflexão, de pensamento e de transformação social”, daí ser impossível dissociar-se os livros da liberdade e da revolução. O escritor brasileiro José Paulo Cavalcanti confessou a alegria por estar de regresso à Póvoa de Varzim, a sua primeira “pátria” em Portugal e falou na sua relação ficcional com Fernando Pessoa. A finalizar com chave de ouro, Onésimo Teotónio de Almeida agarrou a plateia e falou da necessidade de agarrar o verso em branco do 25 de Abril, para que “ganhe cor, todas as cores e muita vida”. Veja as fotos da Mesa 11 aqui.
Continue a celebrar o livro e a amizade que a todos nos acorrenta à Póvoa de Varzim. Enquanto nos despedimos com um até já, recorde todos os momentos desta edição aqui e reveja todas as Mesas no canal do YouTube da Câmara Municipal da Póvoa de Varzim.