A convite do pároco da freguesia, António Casado Neiva, o autarca participou num encontro onde todas as perguntas puderam ser colocadas e do qual ninguém saiu sem resposta. Estabelecer laços de proximidade com os munícipes e transmitir-lhes a inteira disponibilidade do município é a finalidade do autarca que, desde que assumiu funções, tem realizado diversas ações que comprovam que o executivo pretende ir ao encontro das pessoas.  

Andrea Silva, Vereadora da Juventude, da Coesão Social e do Ambiente; Afonso Oliveira, deputado da Assembleia da República; e José Araújo, Presidente da Junta de Freguesia de Balasar, foram colegas de mesa de Aires Pereira e, tal como o Presidente da Câmara, responderam a todas as perguntas com frontalidade.

O encontro teve início com o visionamento de uma reportagem da SIC, “Momentos de Mudança – Alexandra, viver com HIV”. Neste trabalho jornalístico, a jovem Alexandra, de 20 anos, contava de forma emocionada como é – e como foi – viver com o vírus. Foi a partir desta reportagem que a conversa se desenrolou. Desemprego, crise financeira, educação e cultura foram alguns dos temas abordados neste encontro que, de tão interessante, se estendeu por três horas.

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Sobre a importância da formação, Aires Pereira explicou que “o futuro interessa-me porque é lá que vou passar os próximos anos. A grande derrota de Portugal depois do 25 de Abril foi ter falhado na formação, fruto de muitas políticas erradas que se têm seguido mas, fundamentalmente, o erro maior é a constante utilização dos jovens como cobaias de experiências de ensino”. O Presidente da Câmara Municipal sublinhou que “estudos relacionam o abandono do ensino com a falta de esperança. Atualmente, os jovens sabem que, uma vez terminada a sua licenciatura, lhes espera o desemprego. No entanto, eu penso que, quer a formação académica, quer a formação profissional, é essencial”. O Presidente da Câmara Municipal considera que o abandono da formação profissional nas escolas causou ao país a perda de bons profissionais.

Um dos temas mais abordados pelos balasarenses prendeu-se com o desemprego. Sobre este assunto, o autarca afirmou que “a Câmara não cria empregos. Pode e deve criar condições para que empresas considerem benéfico o seu estabelecimento na Póvoa de Varzim”. Como exemplo, Aires Pereira abordou o “investimento de 35 milhões de euros e que criará 200 empregos” que a empresa Parfois está a considerar efetuar na Póvoa de Varzim. O autarca explicou que “a empresa procurou a Póvoa de Varzim pela sua situação geoestratégica. O nosso Parque Industrial está em cima de uma via muito importante, a A28, que permite chegar rapidamente ao Aeroporto, ao Porto de Leixões, a Viana e, até, a Espanha. Além desta condicionante, a empresa sabe que o município tem praticado os impostos mais baixos que a lei permite. E, aí sim, a Câmara Municipal é responsável pela criação de empregos, quando aprova taxas de IMI de 0,3%, quando não cobra derrama sobre o IRC e, recentemente, com a criação da Via Verde de licenciamento, uma forma rápida e eficiente de tratar doa assuntos relacionados com o estabelecimento de empresas no concelho. Está a decorrer, nesta altura, o processo de aquisição dos terrenos junto dos proprietários. Se esse processo se concretizar, dar-se-á início à segunda fase – apresentação do processo de licenciamento – e àquilo que foi acordado inicialmente – privilégio para os munícipes no que diz respeito ao acesso ao emprego”, explicou Aires Pereira. E acrescentou: “tenho definido que, para os próximos quatro anos, o objetivo não é construir mais uma piscina, mais um equipamento desportivo, mais uma estrada. O nosso principal objetivo é criar condições para que haja mais emprego, fazer com que o número de desempregados na Póvoa de Varzim – seis mil – continue a diminuir”.

Um outro assunto caro para os balasarenses foi abordado pelo Presidente da Câmara: “estamos empenhados em demonstrar ao governo o erro que foi não se ter construído nas imediações de Balasar o nó de acesso à autoestrada número 7. Todos temos dificuldade em nos deslocarmos na Estrada Nacional 206, que está completamente congestionada, quando a A7 está completamente vazia”. O autarca explicou que há muita procura para a instalação de indústria em Balasar, mas os acessos à freguesia não facilitam o processo”. Aires Pereira sublinhou a importância da construção deste nó de acesso também devido ao turismo religioso em Balasar, que poderia ter maior procura. 

Mas, nem só sobre finanças se interessaram os balasarenses. Questionado sobre a vida cultural da cidade, o Presidente da Câmara Municipal lembrou que o Cine Teatro Garrett está quase pronto a dar cartas no centro da cidade. “Durante muitos anos vivi perto do Garrett e via a movimentação à noite e aos fins de semana. Queremos recuperar essa vida ativa na Póvoa de Varzim”.

Muitos são os objetivos de Aires Pereira para os próximos quatro anos. Um deles é dar condições aos poveiros para que “cuidem dos seus pais e que os avós cuidem dos netos. Não queremos construir mais lares de terceira idade, queremos que a família volte a ser o que era”. Para isso, contamos com a preciosa colaboração das associações locais. A vida associativa da Póvoa de Varzim é riquíssima”.

Três horas de conversa e convívio entre autarcas e munícipes, muitas perguntas, desabafos e uma promessa, a de voltar a participar em ações desta natureza: informais e elucidativas.