Para além dos desenhos, que constituem o centro da mostra, os
painéis em que estes se encontram inseridos possuem bastante informação sobre o
contexto histórico e político português nos anos em que Bernardino Machado
exerceu a sua actividade política. Livros e material fotográfico completam esta
exposição que dá a conhecer melhor a vida social e política da primeira metade
do século XX em Portugal, sendo ainda curioso observar a ousadia e o grau de
liberdade que atingiram muitos dos desenhos, que nela figuram e que vão para
além da simples caricatura.

Bernardino Luís
Machado Guimarães nasceu no Rio de Janeiro, em 1951. Com 15 anos ingressou na
Faculdade de Matemática da Universidade de Coimbra, tendo-se matriculado, no
ano seguinte, na faculdade de Filosofia, onde viria a obter os graus de
licenciado, doutor e professor catedrático. Em 1872, ao atingir a maioridade,
optou pela nacionalidade portuguesa. Foi eleito deputado regenerador por
Lamego, em 1882, e por Coimbra, quatro anos depois. Nomeado ministro das Obras
Públicas, Comércio e Indústria, em 1893, viria 
aderir, em 1903, ao Partido Republicano. A seguir à implantação da
República assumiu o cargo de ministro dos Negócios Estrangeiros e, em Agosto de
1915, foi eleito Presidente da República. Destituído do cargo, na sequência da
revolução Dezembrista, sob o comando de Sidónio Pais, viu-se obrigado a exilar.
De regresso a Portugal, voltou a ser eleito Presidente da República, em 1925,
tendo renunciado ao cargo um ano depois, a seguir ao golpe militar de 28 de
Maio. Intimado a abandonar o país, Bernardino Machado partiu para um longo
exílio de 13 anos, repartido por cidades de Espanha e França. Viria a morrer no
Porto, a 29 de Abril de 1944, com 93 anos de idade.